Defesa comemora indiciamento de médico e namorada no caso da professora morta

O advogado defende que o médico matou Danielle pois não queria dividir o patrimônio do casal avaliado em R$ 4 milhões.

Danielle Christina Lustosa
Descrição: Danielle Christina Lustosa Crédito: Arquivo pessoal

O advogado da família da professora Danielle Christina Lustosa Grohs falou com exclusividade com o Portal T1 Notícias, na manhã desta segunda-feira, 12, sobre o inquérito apresentado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).  Para o advogado Edson Alecrim, o indiciamento do médico Álvaro Ferreira da Silva, ex-marido da vítima, e de sua ex-namorada, a assistente social Marlla Cristina Barbosa Santos, por homicídio qualificado, foi “mais que justo”.  

 

Patrimônio de R$ 4 milhões

 

Alecrim defende que o médico matou Danielle, pois não queria dividir o patrimônio do casal avaliado em R$ 4 milhões. O advogado já realizava a defesa da professora antes mesmo do caso, quando em 2016 a professora pediu o divórcio alegando que não suportava mais sofrer agressões do médico.

 

À época, o médico não aceitou dar o divórcio.  “Não vou dar nada para Danielle” dizia o médico conforme o advogado de Danielle. “A morte da Danielle foi porque ele não queria dividir nada e de acordo com código civil pelo o tempo que eles estavam juntos, ela tinha direito a metade dos bens” acrescentou.

 

Danielle viveu com o médico por 19 anos e construíram o patrimônio juntos assim que chegaram a Palmas, alega o advogado.

 

Participação da ex-namorada

 

O advogado diz que não há dúvidas da participação de Marlla no crime. Conferiu que ela e o médico tinham um contrato de união estável que foi desfeito em novembro de 2017. No dia 11 de dezembro, o médico realizou um novo contrato de união estável, agora com a Danielle.

 

Uma semana depois, a professora foi encontrada morta na casa que dividia com Álvaro. Alecrim acredita que o crime foi pré-meditado e que o médico seria beneficiado com a união estável, já que com a morte da professora, ele ficaria com a parte dela dos bens do casal. “No meu ponto de vista de Álvaro é o autor do crime” ressalta.

 

Sobre a participação da ex-namorada do médico, o advogado da família considera favorável seu indiciamento. “Marlla deu cobertura para ele fugir. Acompanhou ele no sábado quando ele foi preso na delegacia. No domingo dia 17 (janeiro), acompanhou pela manhã ele no fórum” conferiu o advogado.

 

“Ela acompanhou o oficial na casa da Danielle para buscar roupas para ele. Depois levou o médico para casa dela” completou. Alecrim falou, ainda, da suposta fuga do médico para Bahia com ajuda da assistente social e que as passagens estavam compradas antes do crime. “Quando você dá fuga para alguém, você é cúmplice na totalidade” finalizou. 

 

Júri Popular

 

Por terem sido enquadrados em crimes hediondos contra a vida, o advogado da família acredita que os dois serão levados a júri popular.

 

Manifestação

 

Na próxima quinta-feira, 15, familiares e parentes realizarão uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça para que o corte negue o habeas corpus apresentado pela defesa do médico.  De acordo com o advogado Alecrim, este é o terceiro requerimento manifestado pela defesa.

 

Entenda 

 

O inquérito que investiga a morte da professora Danielle Christina Lustosa Grohs, assassinada em dezembro de 2017, em Palmas, foi concluído na sexta-feira, 9, pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O médico Álvaro Ferreira da Silva, ex-marido da vítima, e sua ex-namorada, a assistente social Marlla Cristina Barbosa Santos, foram indiciados por homicídio qualificado. O relatório final será encaminhado ao Ministério Público Estadual.

 

As investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Palmas, evidenciaram a materialidade do crime de homicídio, após exame pericial necroscópico, realizado pelo Instituto Médico Legal de Palmas, indicar asfixia mecânica por esganadura como a causa da morte da vítima.

 

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