Desfecho do triplo homicídio: filho mata os pais e depois tira a própria vida

De acordo com o inquérito da polícia, Márcio Gonçalves de Souza, de 36 anos, matou a mãe com um golpe de facão no pescoço, depois o pai e ateou fogo na casa antes de tirar a própria vida

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, 20, a Polícia Civil apresentou a conclusão da investigação sobre as três mortes em uma chácara na zona rural de Paraíso do Tocantins. De acordo com o inquérito da polícia, Márcio Gonçalves de Souza, de 36 anos, matou a mãe com um golpe de facão no pescoço, depois o pai e ateou fogo na casa antes de tirar a própria vida.

 

O crime ocorreu no dia 22 de setembro de 2018. Uma pessoa avistou um carro queimado na TO-447, próximo ao crime, e notou que havia fumaça saindo da chácara e chamou a polícia.

 

 À época, os corpos de Márcio, o de seu pai, Ivani Ribeiro dos Santos, de 61 anos, e de sua mãe, Acácio Gonçalves de Souza, de 70 anos, foram encontrados na residência da família. Ela no quintal e Márcio e o pai em um dos quartos da casa, carbonizados, após o cômodo ter sido incendiado.

 

O Crime

 

O delegado Eduardo Menezes, titular da Delegacia Especializada em Investigações Criminais, de Paraíso, foi responsável pelas investigações e apresentou o inquérito. Eduardo afirmou que as provas do crime foram coletadas logo na primeira semana que sucedeu as mortes.

 

“Houve um duplo homicídio seguido de suicídio”, apontou o delegado. A polícia, conforme Eduardo, descartou o crime de latrocínio, que chegou a ser cogitado, por se tratar de uma família humilde e que vivia com aposentadorias de um salário mínimo. Márcio era desempregado.

 

Ao falar de Márcio e o convício com os pais, o delegado expôs que eles tinham uma relação “fria”. O homem que cometeu os homicídios e em seguida se matou, nunca havia trabalhado e apresentava desinteresse aos fatos corriqueiros. “Nunca trabalhou e não constituiu família [..] não tinha interesse em nada [..] Uma possível psicopatia ou depressão, que não poderão ser constatadas” disse.  

 

Para chegar na conclusão de que os homicídios terem sidos cometidos por Márcio, a investigação ouviu parentes das vítimas. Na véspera, Márcio chegou a ligar para o irmão dizendo que ia se mudar de lá porque a relação entre os pais estava insustentável.

 

No mesmo dia do crime, durante a visita de uma irmã, ele teria dito para irmã e seu esposo, que a família teria uma surpresa. "Na hora de se despedir, como era de rotina, Márcio estava sentado no sofá, não ajudava nos afazeres de casa, não procurava emprego, com fone ouvindo música, com a televisão ligada e ar depressivo. A irmã chamou a atenção dele [..] e ele fala: vocês já já vão ter uma surpresa e vai ser logo", afirmou o delegado.  

 

Ela não ouviu a parte da surpresa, mas o marido dela que escutou o que Márcio havia dito, pergunta que surpresa seria essa, o qual ele respondeu para eles aguardarem.

 

Em uma outra data, Márcio indignado ao ajudar o pai na roça, disse a familiares que botaria fogo em tudo aquilo.

 

O delegado contou que após matar os pais, Márcio tentou fugir com o carro do pai. "Ele tenta deixar a casa, mas por não saber dirigir emperra o carro em um barranco, uma manobra fácil de se fazer, volta a pé e resolve se matar. Antes de se matar dentro do quarto ele provavelmente colocou fogo no colchão. O botijão de gás estava lá e até pegar fogo ele teve tempo de se enforcar. Se matou e depois o fogo tomou conta do cômodo", explicou o delegado.

 

Uma lesão no pescoço de Márcio e um corda que foi consumida pelo fogo também foram apresentadas no inquérito, corroborando com a linha de investigação de duplo homicídio seguido de suicídio. A polícia não conseguiu determinar como Acácio Gonçalves foi morto, já que o corpo estava totalmente carbonizado.

 

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