Diretoras prestam esclarecimentos na Semed e defendem "E Agora?" nas escolas

Semed vai abriu sindicância para ouvir os testemunhos dos pais, dos educadores e da palestrante que no conduziu a palestra na ETI Anísio Teixeira, no Setor Bertaville

Diretoras vão à Semed prestar esclarecimentos sobre palestras
Descrição: Diretoras vão à Semed prestar esclarecimentos sobre palestras Crédito: Divulgação

Diretoras de escolas municipais de Palmas se reuniram na manhã desta quarta-feira, 22, com a secretária executiva de Educação, Germana Pires Coriolano, para relatarem o conteúdo das palestras que estão gerando polêmicas entre alguns pais e vereadores da cidade, que inclusive já são alvos de convocação, em Sessão Extraordinária nesta quinta-feira, 23, na Câmara de Vereadores de Palmas.

 

A Secretaria da Educação (Semed) vai abriu sindicância para ouvir os testemunhos dos pais, dos educadores e da palestrante que no conduziu a palestra na Escola de Tempo Integral (ETI) Anísio Teixeira, no Setor Bertaville, região sul de Palmas.

 

Segundo a secretária Germana Pires, a Semed deve defender a continuidade do programa “E Agora?” nas escolas. “Vamos mostrar a sociedade que é algo bom”, afirma. A secretária explica que as professoras foram chamadas para uma conversa antes da sessão na Câmara, para que a gestão ouvisse esclarecimentos por parte delas de como foi o evento na escola em que dirigem. A palestra aconteceu em oito escolas da capital.

 

“Elas disseram que foi tranquilo, inclusive na ETI Padre Josimo aconteceu essa palestra três vezes e a diretora quer que aconteça de novo. E os adolescentes, após compreenderem a importância do assunto, eles conseguem procurar ajuda. O principal ponto positivo é esse retorno de adolescente que tem sofrido casos de abuso sexual e, com a palestra, eles buscam orientação ali mesmo. A maioria deles já tem vida sexual ativa, são alunos do oitavo ano”, declarou a secretária ao reafirmar “os pontos positivos da palestra são inúmeros”.

 

Diretoras defendem programa; 17 casos de auto mutilação foram registrados em uma escola

 

A diretora da Escola Municipal Antônio Carlos Jobim, Rosa Maria Costa, contou que o projeto recebeu apoio de várias instituições, como o Ministério Público Estadual (MPE), Ministério do Trabalho e Defensoria Pública Estadual (DPE), além da Semed. “Quando os profissionais da área me procuraram, achamos interessante e reunimos as crianças mais vulneráveis, que são crianças do oitava ao nono ano. Tínhamos alunos que estavam se auto mutilando, grávidas na adolescência e outros”, conta.

 

Segundo ela, o tema veio para contribuir para com as atividades já desenvolvidas pela escola, “porque a gente não é preparado. Não somos da área para estar orientando essas crianças, foi uma palestra muito tranquila. Eu participei em alguns momentos, teve o orientador da escola que participou também. Então, assim, não teve nada que constrangesse ou abonasse as condutas dos adolescentes, que trouxessem algum prejuízo e sim benefícios. A palestra aconteceu 11 de outubro”, declarou durante reunião.

 

A diretora ainda ressaltou que na Escola Antônio Carlos Jobim não “houve esse exagero na palestra, esse ensinamento de praticar sexo. Lá houve prevenção, de saber que tem que usar o preservativo, como usar, a idade certa, com quem conversar, foi nesse sentido e se prevenir. Prevenir também o suicídio. Estamos com grande número de suicídios de pré-adolescentes”, ressalta.

 

A diretora da Escola de Tempo Integral (ETI) Padre Josimo Tavares, Cleudemar Abreu, partilhou do depoimento da outra diretora e diz que “faz parte do conteúdo de educação sexual dos alunos do oitavo ano” o assunto. “A gente tem que orientar. É um período que as crianças entram na puberdade, é o período das mudanças de voz, mudança de corpo, de pensamento. Então tem tudo isso dentro do conteúdo da matriz curricular nacional, do livro didático. Inclusive já fui professora de ciências e já trabalhei com meus alunos esse conteúdo em outra escola do Estado”, lembra.

 

A Escola Padre Josimo já recebeu três edições do programa “E Agora?”. Segundo a diretora, sempre houve trabalhos com os alunos do oitavo e nono ano sobre o assunto.

 

A diretora declarou que as palestras na referida escola foram todas realizadas com tranquilidade. “Foram identificados os casos de crianças que se auto mutilam e hoje na escola tem 17 casos, além de crianças com pensamentos de suicídio. A psicologia fez trabalho individualizado e foi feito todo um trabalho de orientação e prevenção”.

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