Em meio a protesto, Semed relata casos de abuso e automutilação descobertos na escola

Educação e Juventude defende continuidade de palestras nas escolas em meio a protestos de pais de alunos; sexóloga é afastada de atividades

Pais de alunos protestam contra programa "E Agora?"
Descrição: Pais de alunos protestam contra programa "E Agora?" Crédito: Divulgação

Após convocação proposta pelo vereador Lucio Campelo (PR), aconteceu na tarde desta quinta-feira, 23, na Câmara de Palmas, audiência pública para esclarecimentos sobre as palestras “E agora?”, realizadas em oito escolas municiais de Palmas, este ano. Foram ouvidos o presidente da Fundação da Juventude, Nahylton Alen, a secretária-executiva da Educação de Palmas, Germana Pires, vereadores, diretoras das escolas e pais de alunos.

 

Nahylton Alen disse em seu depoimento que a audiência pública aconteceu em um momento oportuno, porque é preciso trazer o assunto para o debate. “Jovens estão se matando. Três morreram neste último mês”. As palestras do programa “E agora?” tratam dos temas sexualidade, suicídio e tecnologias. 

 

A intenção do projeto, segundo o presidente da Fundação da Juventude, é descobrir abusos sexuais e casos de crianças com depressão. “Na Escola Anísio Teixeira foram relatados 7 casos de abuso sexual. A intenção da prefeitura é descobrir casos como estes”.  

 

Germana Pires comentou que estranhou a repercussão da última palestra do projeto, onde o caso levantou a polêmica que gerou a audiência pública, na Escola de Tempo Integral Anísio Spínola Teixeira, no setor Bertaville, já que houve retorno positivo das famílias, professores e dos adolescentes quando os temas foram tratados nas outras escolas. 

 

A secretária apresentou dados sobre o que levou a prefeitura realizar o “E Agora?”. “No município, foram registrados mais de 2 mil gravidez de  crianças de 12 a 17 anos nos últimos 7 anos. 60 casos de estupro nos últimos cinco anos e 19 casos de HIV também nos últimos cinco anos”. 

 

“O que trabalhamos dentro das escolas está dentro da legislação” garantiu a Germana ao falar da matriz curricular proposta pelo Governo Federal. Ressaltou, ainda, que o projeto busca identificar automutilação, depressão, suicídio e uso celular de forma indiscriminada. “Na Escola de Tempo Integral Padre Josimo Morais Tavares houve 17 casos de automutilação somente este ano”.

 

Projeto continua 

 

Nahylton garantiu que o projeto é muito importante, portanto, a Fundação da Juventude, juntamente com a Secretaria da Educação, vai manter as palestras. Disse, também, que a sexóloga acusada por pais de alunos de levantar temas inapropriados para crianças, foi afastada e que se for comprovado que ela comentou irregularidades, será punida. 

 

O presidente da Fundação saiu também em defesa da Prefeitura de Palmas. “Em momento algum a Prefeitura se ausentou do debate”. 

 

Protestos

 

Durante a sessão, pais de alunos da Escola de Tempo Integral Anísio Spínola Teixeira se manifestaram contra o programa. Alguns foram até a tribuna da Câmara para relatar indignação contra o ensinamento da sexóloga durante sua palestra na escola.

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