Família prepara despedida póstuma nas águas para Mãe Deise Marsol

Cartomante, iniciada na Umbanda e no Candomblé, faleceu no dia 15 do mês, a Mãe de Santo Deise de Oxum, que tocou por muitos anos o Canzuá, em Taquaruçu. Filhos farão homenagem nas águas

Crédito: Arquivo

Os filhos carnais da Mãe Deise Marsol, médium, cartomante, iniciada na Umbanda e no Candomblé, preparam para esta semana sua despedida póstuma, após a chegada das cinzas mortuárias da cidade de Araguaína, onde foi cremada. A homenagem deve acontecer após o sétimo dia de sua passagem, na Cachoeira Taquaruçu.

 

A informação é da filha mais nova, Caroline Marsol, que atendeu ao último desejo da mãe. Embora iniciada no Candomblé, não desejava ser sepultada e sim cremada. 

 

Natural de Goiás, cresceu em Paraíso do Tocantins. Filha da conhecida médium de umbanda Wilmar da Gama Massoli, Deise era conhecida na cidade como “Mazinha”. Seu irmão, o cantor Orley Massoli, lamentou a passagem dela de forma inesperada.

 

Residente em Palmas há muitos anos, ela faleceu aos 56 anos, nos braços dos filhos, Lázaro e Carol, dia 15, quarta-feira, nas primeiras horas da manhã, de infarto fulminante. O corpo foi velado nas primeiras horas da noite e seguiu à meia noite para Araguaína para a cremação.

 

Quem foi Deise Marsol

 

Com uma habilidade sem igual para a leitura de cartas, Deise se notabilizou em Palmas no meio político e empresarial pela habilidade em ler “o destino” de seus consulentes. Morou por mais de uma década na Arse 72, onde fazia atendimentos. Mudou-se para Taquaruçu, onde ergueu o Canzuá no começo dos anos 2000. Lá tocou Umbanda por alguns anos e cultuou seus orixás no Candomblé.

 

No final de 2019, já com vários problemas de saúde, entre os quais hipertensão e asma, Deise Marsol deixou Taquaruçu para voltar a residir em Palmas, onde já não tocava, mas permaneceu atendendo a clientela de jogos de cartas. Ela deixa três filhos: Wilker, Lázaro e Carol.

 

Vários sacerdotes de umbanda e a coordenadora do Movimento Pela Vida, Tânia Cavalcante, manifestaram em nota seu pesar pela passagem prematura da Mãe Deise. 

 

Em homenagem à sua memória, a Casa Branca da Serra declarou luto de sete dias. Mãe Deise de Oxum foi responsável pela primeira iniciação, ainda em 2004, no Canzuá e ainda na umbanda, da hoje Iyalorisá do culto africano, Ifalorè Efuntolá, Roberta de Osoguiã. “Foi minha primeira mãe, e com ela aprendi muito do culto afro-brasileiro, da umbanda sagrada. Carrego as boas lembranças e honro seu nome, em nome de meu Pai Ogum”, declarou a Iyalorisá.

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