Inquérito é concluído e desvenda morte de funcionário público ocorrida em junho

Josivam Alves Fidélis, de 28 anos, morreu em junho deste ano. A princípio, a morte havia sido registrada como natural, mas a versão não convenceu a polícia, que investigava o caso desde o óbito

O corpo de Josivam teve que ser exumado para a investigação
Descrição: O corpo de Josivam teve que ser exumado para a investigação Crédito: Divulgação/Secretaria da Segurança Pública

A Polícia Civil efetuou na quinta-feira, 29, a prisão de um indivíduo de 34 anos, conhecido pelo apelido de "Calango", acusado de ser o autor do crime que ocasionou a morte do funcionário público, Josivam Alves Fidélis, de 28 anos, ocorrida no mês de junho deste ano, em Rio dos Bois. A princípio, a morte havia sido registrada como natural, por excesso de consumo de bebida alcóolica e a vítima portar comorbidades. A versão não convenceu a polícia, que para a investigação, foi necessária a exumação do corpo.

 

Conforme o delegado-chefe da 66ª DP, Pedro Henrique Félix Bernardes, e que também responde pela Delegacia de Rio dos Bois, desde a época da morte, no dia 13 de junho de 2020, o fato despertou suspeitas de que pudesse se tratar de um crime e não de morte natural, como foi registrado no boletim de ocorrência.

 

“Desde o registro do BO, me causou muita estranheza o fato de o corpo ter sido enterrado sem qualquer tipo de procedimento legal, ou seja, não houve atestado de óbito, acionamento do SAMU, Perícia, tampouco o IML foi notificado para fazer o recolhimento do cadáver, sendo que dava a entender que alguém estava tentando esconder a verdadeira causa da morte da vítima, que foi enterrada poucas horas depois de sua morte”, disse o delegado.

 

A autoridade policial também relata que a versão contada por testemunhas que estavam com Josivan em uma confraternização, poucas horas antes, de que ele poderia ter morrido em decorrência do consumo excessivo de bebida alcoólica e também por ser portador de algumas comorbidades, não convenceram a polícia. Desta maneira, com o aprofundamento das investigações e visando esclarecer as verdadeiras causas da morte, no dia 7 de julho de 2020, uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) e do Instituto de Criminalística, juntamente com policiais civis da 66ª DP, foram até o cemitério da cidade, onde houve a exumação do corpo de Josivan.

 

De acordo com os laudos produzidos pelos órgãos, haviam claros sinais de que a vítima tinha sido assassinada por esganadura, como mostraram marcas ainda presentes em seu pescoço. Com base nos documentos oficiais, as investigações foram intensificadas e passou a tratar o caso como homicídio e, após ouvir testemunhas e coletar mais evidências, ficou comprovado que, de fato, Josivan havia sido assassinado por Calango, em uma confraternização em que ambos participavam.

 

“Vale ressaltar que autor e vítima trabalhavam juntos como garis na prefeitura de Rio dos Bois, e no dia do crime, houve uma festa, onde havia o consumo de bebidas e também de drogas, na casa de Calango e que Josivan também estava participando do evento. No entanto, a vítima devia R$ 50 reais ao suspeito e, em determinado momento, Calango passou a cobrar Josivan, momento em que se excedeu e passou a golpear a cabeça da vítima com uma garrafa pet cheia de água congelada. Logo em seguida, Calango teria esganado Josivam com as próprias mãos e, logo após teria estuprado a vítima ainda em vida”, explicou o delegado.

 

Ainda segundo o delegado, no dia da exumação, um detalhe chamou a atenção dos policiais civis e peritos. “Ocorre que para a realização dos trabalhos de retirada do corpo da sepultura e proceder à exumação, uma equipe da Prefeitura da cidade foi acionada para prestar apoio a Polícia Civil e como Calango também no órgão, ele também compareceu ao cemitério e ajudou na ação”. Contudo, pelo fato de a festa ter sido realizada na casa do homem, o delegado, assim que avistou Calango o interpelou e o conduziu até a sede da 66ª DP para prestar esclarecimentos, onde foi ouvido, negou participação na morte de Josivam e assim foi liberado.  

 

O autor do crime se encontra, agora, recolhido na Cadeia Pública de Miranorte, onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário.

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