Jovem com paralisia e tetraplegia dá exemplo de superação e comemora passeio

Júnior está internado na Unidade de Terapia Intensiva da Intensicare em Palmas com um quadro de traqueobronquite e nesta semana fez um passeio ao livre com a equipe multidisciplinar

Júnior fez o passeio fora da UTI acompanhado pela mãe
Descrição: Júnior fez o passeio fora da UTI acompanhado pela mãe Crédito: Divulgação/Intensicare

O jovem Frankney Oliveira de Almeida Júnior, de 26 anos, nasceu com paralisia cerebral e tetraplegia. Júnior, como a família o chama, é o caçula de quatro irmãos e desde o primeiro dia de vida recebe cuidados especiais de sua mãe, Rosimeire Pessoa da Silva, que dedica seus dias a cuidar do filho. Em casa, os cuidados com o jovem requerem 24 horas. “Costumo dizer que 24 horas ainda é pouco tempo para cuidar dele. O Júnior é a minha vida, é o ar que eu respiro”, diz a mãe.

 

Júnior está internado há seis dias na Unidade de Terapia Intensiva da Intensicare no Hospital Oswaldo Cruz, em Palmas, com um quadro de traqueobronquite e nesta semana recebeu um presente da equipe multidisciplinar que cuida dele na UTI: um passeio ao ar livre.

 

“Fiquei maravilhada quando a equipe da UTI me disse que meu filho iria fazer um passeio fora do leito e tomar sol. Fiquei tão feliz e eufórica que cheguei a passar mal de tanta alegria. Nós descemos, fomos ver a rua, depois fomos ao pátio do hospital. E quando voltamos para o leito o Júnior era outro, estava animado, comemorando, sorrindo, ele adorou”, conta Rosimeire.

 

De acordo com o neuropsicólogo da Intensicare, Juarez Dias Lemes, após o passeio a melhora do paciente do ponto de vista físico, clínico e psicológico foi imediata. “O Júnior é um paciente que requer cuidados especiais desde seu nascimento. Então a vida dele é bastante restrita de algumas possibilidades que as outras pessoas tem normalmente no dia a dia. Ele veio para a UTI com uma infecção respiratória e a pouca liberdade que ele tinha ficou ainda mais tolhida, por estar agora em um ambiente fechado, com visitas mais restritas. Observei que ele estava triste por não estar mais o dia todo com a mãe, percebi ele mais isolado, mesmo com toda estimulação psicovisual e psicomotora que a equipe da UTI promove, então resolvemos levar ele lá fora para ver o dia, o movimento, as pessoas. Isso trouxe uma melhora significativa ao quadro dele, por ele ter tido esse convívio com a família durante esse simples passeio”, esclarece. Conforme o neuropsicólogo, a previsão é que o paciente receba alta em breve.

 

Dedicação e amor

 

Segundo Rosimeire, em casa toda a família é envolvida na rotina de cuidados com Júnior. “Todos organizam suas vidas em prol dele, que para nós é um exemplo de vida, de superação, um verdadeiro guerreiro, um campeão. Ele luta todos os dias para sobreviver. A gente percebe que ele quer viver e nós damos todo o apoio que podemos, com amor e carinho”, conta a mãe do rapaz.

 

Rosimeire diz ainda que levou Júnior para viver em uma chácara localizada próximo ao município de Porto Nacional, longe da agitação da cidade. “Fomos morar na chácara para que o Júnior pudesse respirar ar puro todos os dias, ter o silêncio, a calmaria do local, para que ele tenha mais qualidade de vida. O irmão dele mora em Palmas e minhas outras duas filhas moram em Porto Nacional, e todos estamos sempre juntos com ele”, explica.

 

Para a família, a dedicação e o carinho dos profissionais da UTI foram uma grata surpresa. “A UTI foi uma grande surpresa para toda a minha família. Quando o médico do meu filho falou que ele precisaria ser internado na UTI eu fiquei assustada. Mas quando eu conheci o lugar, os profissionais e a estrutura daqui eu tive certeza que este era o melhor lugar onde meu filho poderia estar. Percebi aqui atenção 24 horas, muito amor e carinho com os pacientes. Inclusive já confortei várias famílias de outras pessoas internadas, assegurando que assim como meu filho, todos estão sendo muito bem cuidados aqui”, avalia Rosimeire.

 

Com anos de experiência, a mãe ressalta que o melhor remédio para o paciente é o afeto e a presença dos familiares. “As famílias não podem nunca perder o amor, a esperança e a fé. A segurança que você passa para seu familiar doente, mostrando que você está ali com ele, lutando, é o melhor que você tem a oferecer e, acredite, é o melhor remédio que ele pode receber”, finaliza.

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