Jovem quer justiça após ser agredida em bar de Araguaína por ser lésbica

Emanuella Marques acusa Elisnei Luiz de Souza pelo crime de homofobia ocorrido no último dia 30. Ela pede justiça e aguarda prosseguimento do inquérito para que o autor da agressão seja punido

Imagem ilustrativa.
Descrição: Imagem ilustrativa. Crédito: Divulgação

A jovem Emanuella Marques Santana, de 24 anos, acusa Elisnei Luiz de Souza pelo crime de homofobia sofrido no último dia 30, por volta das 21h, no bar caminho de casa, localizado em Araguaína. O homem foi gravado no estabelecimento gritando contra a vítima afirmando que “não aceitava mulher querer ser homem perto dele” e que quem quisesse “podia chamar a polícia”. Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), outras pessoas interviram na situação para impedir que ela também fosse agredida fisicamente. A jovem aguarda prosseguimento do inquérito para que o autor da agressão seja punido. 

 

O crime foi configurado no B.O como “vias de fato, ameaça e injúria racial”. O Instituto Brasileiro de Direito das Famílias (IBDFAM) Tocantins, por meio de sua Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero, repudiou “todo o ódio, violência e a lesbofobia contra a jovem Emannuella Marques Santana. Na ocasião, houve a tentativa de agressão e ofensa a um grupo de lésbicas que estava no estabelecimento. A liberdade de ir e vir e a dignidade são direitos garantidos a todos, sendo que o respeito às diversidades deve prevalecer acima de tudo”. 

 

Vítima afirma não conhecer o agressor 

 

Emanuella contou ao T1 Notícias que estava no estabelecimento bebendo e se divertindo com amigos, quando um homem, em que ela teve desentendimentos em dias anteriores por ter filmado suas amigas dançando sem permissão, foi conversar com ela para pedir desculpas pela desavença. Ela disse que desculpou o rapaz, mas uma de suas amigas disse que a situação ofendeu a todos do grupo.

 

Segundo a jovem, foi então que, Elisnei Luiz de Souza, amigo do rapaz que conversava com ela, se alterou e começou a proferir ofensas. A vítima afirmou que ele simplesmente “começou a agredir com palavras”. A polícia foi acionada e o grupo encaminhado à 5ª Central de Atendimento da Polícia Civil de Araguaína para registrar o crime.

 

No dia seguinte, 31, Elisnei gravou vídeos onde diz: “rapaz, vai sair uns dois ou três vídeos meus aí, vai sair que eu sei. Eu brigando com um magote de lésbica, um punhado de lésbica no bar do Carlim, eu na minha razão. Aqui é macho, eu não aceito mulher querer ser homem perto de mim, eu não aceito” e divulgou na internet. As filmagens chegaram até a vítima, que registrou outro B.O.

 

Emanuella afirma que não conhece o agressor. “Eu não conheço esse rapaz, nunca troquei nenhuma palavra com ele. Os vídeos estão aí para provar o quão alterado ele estava. Isso não vai ficar assim, irei tomar todas as providências cabíveis, estou entrando em contato com meus advogados. É difícil, a gente acha que nunca vai acontecer com a gente, mas só quem sofre sabe o quanto é difícil estar em um lugar e as pessoas não te respeitarem. Sempre estão te julgando pela forma que você é, se eu tenho cabelo curto não me faz mais mulher ou menos mulher”, desabafou em um áudio compartilhado no Whatsapp. 

 

A jovem pede ajuda e apoio para que consiga justiça e o crime não fique impune. “Espero que eu tenha o apoio de todos. O pessoal da família LGBTQI+ sabe o quanto é difícil sofrer esses preconceitos”. 

 

IBDFAM, através da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero, repudia o caso 

 

Confira a nota do Instituto na íntegra:

 

O Instituto Brasileiro de Direito das Famílias-IBDFAM Tocantins, por meio de sua Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero, vem repudiar todo o ódio, violência e a lesbofobia que ocorreu no último final de semana junto a um bar na cidade de Araguaína-TO, contra a jovem Emannuella Marques Santana.  

 

Na ocasião, houve a tentativa de agressão e ofensa a um grupo de lésbicas que estava no estabelecimento. A liberdade de ir e vir e a dignidade são direitos garantidos a todos, sendo que o respeito às diversidades deve prevalecer acima de tudo.  

 

Foram registrados Boletins de Ocorrência pela violência tentada e pelas ofensas lesbofóbicas,  e  as investigações serão acompanhadas por esta comissão junto à Polícia Civil do município.  

 

O IBDFAM-Tocantins trava e continuará travando sua luta diuturnamente a favor da LIBERDADE, AMOR, DIGNIDADE e prevalência do integro RESPEITO A TODA A POPULAÇÃO LGBTQI+. 

 

Alessandra Muniz 

Presidente do IBDFAM-TO 

Landri Neto 

Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero do IBDFAM -TO

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