A mãe da professora Heidy Aires, encontrada morta no dia 6 de dezembro do ano passado, dona Maria do Amparo Leite de Oliveira, de 61 anos, está buscando na justiça o direito de visitar os netos. As duas crianças, um menino de 10 anos e uma menina de 8 anos, estão morando com o pai, em Gurupi.
Dona Maria contou que a busca por vias judiciais se fez necessária após o pai das duas crianças impedir que eles fossem para a casa da avó, em Palmas, ou que ela ficasse sozinha com os netos durante as visitas que faz em Gurupi.
Emocionada em alguns momentos da entrevista por se lembrar sempre da filha, dona Maria do Amparo explicou que não está brigando pela guarda das crianças, só quer o direito de ver os netos que sempre cuidou.
“Já fui visitar os meninos duas vezes. Vejo eles, mas com todo mundo em volta. Conversar sozinha com meu netos eles não deixam, só com todo mundo ali junto”, relatou a mãe de Heidy.
“Eu acho isso injusto, porque eu servia pra cuidar dos meninos quando eles [Heidy e o marido] precisavam ir a algum lugar, alguma festa, viajar. O Alan ligava pedindo para eu ficar com os meninos, dizia que vó era pra isso. Por que agora eu não posso ter o direito de visitar ou deles virem onde eu estou?”, questiona dona Maria.
Mãe de criação
Dona Maria não é mãe biológica de Heidy, mas cuidou da professora desde os 10 meses de vida. Maria do Amparo é, na verdade, tia de Heidy Aires, irmã da mãe biológica, mas conta que a criou como filha e sempre foi considerada como a mãe da professora e avó dos meninos.
A ação impetrada pelo advogado que atua no caso pede a regulamentação das visitas, mas a liminar foi negada pela juíza da 1ª Vara da Família de Palmas, que argumentou não haver elementos sócio-afetivos entre as crianças e a avó. Não concordando com o argumento apontado pela magistrada, o advogado informou ao T1 Notícias que vai entrar com um recurso contra a decisão e relatou que há depoimentos que comprovam a relação da avó com os netos, inclusive do pai dos meninos.
A avó ainda disse que está preocupada com os netos, pois eles estão sempre “muitos tristes, com o olhar baixo. É de partir o coração”.
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