Mais de 60% das empresas de Palmas optam por demissões, constata pesquisa da CDL

Diante do cenário de crise por conta da epidemia do Coronavírus, a CDL solicita à prefeita Cinthia Ribeiro a edição de medida orientando o comércio sobre as eventuais demissões de funcionários.

Comércio parcialmente parado obriga demissões
Descrição: Comércio parcialmente parado obriga demissões Crédito: Divulgação/Secom Palmas

Mais da metade das empresas da Capital (60,2%) pretendem demitir trabalhadores, tendo em vista a paralisação do faturamento, tendo em vista a crise provocada pelo Coronavírus. Esse cenário foi constatado por uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), para medir os efeitos da crise causada pela COVID-19 nas empresas palmenses.

 

Como as medidas proíbem aglomerações, a grande maioria do comércio de Palmas se encontra fechado por tempo indeterminado. O levantamento da semana passada mostrou que os primeiros demitidos seriam as pessoas em período de experiência e agora, como não houve nenhum tipo de mudança na abertura do comércio, as demissões seguem para os outros trabalhadores.

 

Na avaliação da CDL, as empresas sabem que é questão de saúde pública e, por isso, entendem que é necessário encontrar um equilíbrio entre as medidas adotadas para conter o vírus e medidas que não coloquem em risco o funcionamento das empresas e a manutenção dos cargos de trabalho.

 

Entre os muitos empresários que já estão se vendo obrigados a realizar demissões, está Agnaldo Gomes, sócio do grupo qe compreende quatro lojas. “Infelizmente estamos sem condições de continuar com todos os nossos colaboradores; já estão negociadas 25 demissões e até o dia do pagamento da folha este número pode aumentar”, disse o empresário.

 

Ele admite que a sua rede de lojas não tem condições de colocar toda a grade de colaboradores em férias coletivas, o que segundo afirma coloca os comerciantes em situação delicada e cheia de incertezas. “Se até o fechamento da folha conseguirmos voltar ao menos de forma parcial ao trabalho, digo com toda certeza que vamos voltar atrás em muitas demissões”, pondera.

 

 

O empresário Bruno Martins, dono de uma loja de roupas e calçados que atua em Palmas desde 2015, já realizou 20 demissões. “Antes desta crise tínhamos 60 colaboradores, 30 na região Sul e 30 em Taquaralto. É um sentimento de tristeza, de injustiça, pois tenho que demitir mães e pais de família, pessoas do meu quadro fixo, o que se quer passou pela minha cabeça de ter que demitir”, lastima o empresário.

 

CDL defende equilíbrio

 

A CDL Palmas reitera que a saúde da população é “indiscutivelmente” importante e prioritária, mas acha que é preciso haver um equilíbrio. “Neste momento, as empresas cobram prazos mais transparentes e medidas que de fato não levem as empresas à falência, fazendo com que muitos trabalhadores percam seus postos de trabalho, desencadeando uma crise ainda maior”, explica a entidade, em nota encaminhada ao T1 Notícias nesta terça-feira, 31.

 

A CDL está trabalhando no sentido de orientar as empresas sobre como o artigo 486 da CLT deve ser aplicado na prática. O referido artigo diz que, “no caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável”.

 

Nesse sentido, a entidade vai encaminhar um ofício para que a prefeitura edite orientação, referente ao que será oferecido pelo poder público, no que diz respeito às eventuais demissões de funcionários.

 

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