Malhani fala em Reforma Tributária antes de uma Reforma Previdenciária

O evento foi uma realização da Comissão de Políticas Públicas Sociais, presidida pelo vereador Claudemir Portugal (PRP) em parceria com o Sindifiscal.

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Com uma abordagem detalhada sobre os efeitos de uma eventual aprovação da forma original da PEC 06/17, o  diretor de aposentados e pensionistas da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – FENAFISCO, Celso Malhani, palestrou na tarde da última sexta-feira (6), para servidores públicos, sindicalistas e vereadores que compareceram à reunião pública, na Câmara Municipal de Palmas, que discutiu a nova proposta de Reforma da Previdenciária do governo federal. O evento foi uma realização da Comissão de Políticas Públicas Sociais, presidida pelo vereador Claudemir Portugal (PRP) em parceria com o Sindifiscal.

 

A capitalização integral da aposentadoria e a desconstitucionalização de direitos básicos foram pontos de destaque na abordagem do palestrante, que tratou esses aspectos do projeto em curso no Congresso Nacional como fatores que retiram a proteção do trabalhador e o caráter social da Previdência. Outros pontos como o aumento da idade mínima, aumento do tempo de contribuição, aumento da alíquota contributiva, redução de benefícios, regras de transição e o fim da aposentadoria por tempo de contribuição também foram explanados.  (Confira aqui as propostas de mudança da Reforma).

 

 A respeito da capitalização, Malhani falou do rompimento com o modelo de receita pública previdenciária, que dará lugar a um sistema de adesão individual, sem ônus para o empregador. Para ele, a adesão lógica das massas à capitalização integral resultará na formação de um mecanismo insustentável. "Qual será a fonte dos recursos? Ou estaria essa ação preparando o cenário de um grande calote nos trabalhadores brasileiros para a hora do resgate da aposentadoria ?"refletiu. 

 

Sobre a queda da constitucionalidade dos direitos básicos, Malhani alertou para o efeito nocivo da PEC sobre a massa populacional e apontou alternativas ao projeto do Executivo. "Estão desconstitucionalizando as regras protetivas e constitucionalizando regras restritivas. Ninguém pode interferir levianamente no tempo de contribuição dos brasileiros, muito menos na validade dos direitos adquiridos. Quem não é pobre é quem não precisa de aposentadoria para viver sua velhice. Somos todos nós os prejudicados.  É preciso que a Receita previdenciária seja respeitada e tenha uma arrecadação qualificada. Antes de pensar uma Reforma Previdenciária, precisamos falar em Reforma Tributária para promover igualdade a quem tem menos capacidade de carregar a carga tributária do nosso país". 

 

Após a exposição dos direitos que a PEC 06/2019 retira da população, Malhani confrontou a tese de que a propositura retira privilégios e poupa os mais humildes. “O discurso de que a Reforma corta privilégios precisa deixar claro quais são esses privilégios, bem como as formas de combater a sonegação e de cobrar os devedores da Previdência Social. A conta da transição do atual regime para o regime de capitalização, proposto pela reforma, não pode ser paga pelos pobres”, finalizou.  

 

(Confira aqui link com a transmissão da reunião pública na íntegra)

 

Anfitrião

 

“Essa casa não poderia se furtar desse debate. Precisamos discutir assiduamente a nossa Previdência Social e lembrar de quem está nos rincões desse país,  precisando de uma decisão acertada por parte dos nossos deputados federais e senadores. Por tanto, vamos fazer gestão para que eles possam contribuir com alterações, proposituras e ideais que colaborem com um Brasil forte e inclusivo”, destacou o vereador Claudemir Portugal, presidente da Comissão de Políticas Públicas Sociais.   

 

Apoiador

 

“O Sindifiscal vem ao longo de alguns meses participando de discussões junto aos nossos deputados federais e senadores, buscando que sejam feitas emendas à PEC 06 para melhorar o texto, que como nós vimos aqui traz em seu bojo, situações que não devem acontecer. A capitalização vai extinguir a Previdência da forma que conhecemos hoje. Se você não tem recursos para custear a Previdência, não há como sustentar a aposentadoria de quem já está aposentado ou quem está aposentando”, enfatizou o presidente do Sindifiscal, João Paulo Coelho. 

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