Manifestantes protestam contra pedido de habeas corpus do acusado de matar Danielle

A mobilização social visa pressionar a Justiça para que não conceda liberdade à Àlvaro; Família e amigos da vítima protestam contra habeas corpus do suspeito de assassinar a professora Danielle.

Foto da manifestação que ocorreu em frente ao Tribunal de Justiça.
Descrição: Foto da manifestação que ocorreu em frente ao Tribunal de Justiça. Crédito: Leide Lene, amiga da vítima que ajudou na organização da manifestação.

Família e os amigos da professora Danielle Grohs se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) nesta quinta-feira, 15, para manifestar contra o terceiro pedido de habeas corpus de Álvaro Ferreira, acusado de matar a ex-mulher.

 

A intenção do protesto foi buscar sensibilizar os desembargadores do TJ para recusarem mais um pedido de Habeas Corpus feito pela defesa do médico Álvaro Ferreira, indiciado pelo crime. Amigos mais próximos da professora, procurados pelo Portal T1 Notícias, se pronunciaram e afirmaram ter consciência de que a interposição do pedido na Justiça é um direito do acusado, mas que ainda possuem esperança na Justiça e acreditam que a decisão de liberação de réu deve ser bastante ponderada, já que o inquérito foi finalizado e o indiciado, caso seja liberado, pode vir a assediar as testemunhas que ainda serão convocadas pelo Ministério Público.

 

“O objetivo da nossa movimentação é para que o Álvaro não seja posto em liberdade para não atrapalhar todo o processo, uma vez que os depoimentos válidos serão apenas os dados em juízo, nos preocupamos que em liberdade ele venha a coagir as testemunhas e a ação nesse momento não pode ser prejudicada, queremos que as autoridades olhem para a Danielle, que foi a vítima da história, para a mãe dela que está sofrendo tanto”, disse Leide Lene, amiga da professora desde 2005.

 

A amiga acredita que a pressão social tenha força suficiente para influenciar nessa decisão da Justiça. Além disso, a mobilização visa conscientizar a sociedade quanto a violência contra a mulher, "uma vez que milhares de mulheres são assassinadas por seus parceiros todos os anos e a sociedade jamais deveria fechar seus olhos para tais crimes, não permitindo que os mesmo se tornem banais", defende.

 

A mãe de Danielle, Simara Grohs, agradeceu aos envolvidos na mobilização: “ao Dr. Alecrim, enaltecemos o profissionalismo, a competência e a dedicação ao processo da minha filha Danielle, juntamente com todo o grupo de amigos que não tem medido esforços em busca de justiça. Aos alunos que conviveram com ela e nesta data deram sua participação", agradeceu.

 

ENTENDA

 

O inquérito que investiga a morte da professora Danielle Christina Lustosa Grohs foi concluído na última sexta-feira, 9, pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O médico Álvaro Ferreira da Silva, ex-marido da vítima, e sua ex-namorada, a assistente social Marlla Cristina Barbosa Santos, foram indiciados por homicídio qualificado.

 

As investigações realizadas pela DHPP, de Palmas, evidenciaram a materialidade do crime de homicídio, após exame pericial necroscópico, realizado pelo Instituto Médico Legal de Palmas, indicar asfixia mecânica por esganadura como a causa da morte da vítima.

 

A professora foi encontrada morta em sua residência, na Quadra 1004 Sul, em Palmas, no dia 18 de dezembro de 2017. A vítima apresentava sinais aparentes de estrangulamento e havia registrado ocorrência, dois dias antes, de violência doméstica praticada pelo ex-marido. 

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