Mansur revela em CPI que R$ 26 mi do PreviPalmas “sumiram” na troca de gestão do Cais

João Carlos Mansur disse que entidade dispunha de R$ 4 milhões. Somente a Previdência de Palmas injetou R$ 30 milhões

Crédito: Arquivo Câmara de Palmas

Em depoimento prestado nesta segunda feira, 22, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do PreviPalmas, o ex-gestor da REAG Investimentos João Carlos Mansur disse que, enquanto esteve gerindo o fundo do Cais Mauá, em Porto Alegre, a entidade dispunha de R$ 4 milhões. Somente a Previdência de Palmas injetou R$ 30 milhões de capital na instituição. Mansur frisou que permaneceu e geriu o fundo por apenas dois meses, em 2018, tendo renunciado após a Operação Gatekeeper, ser deflagrada pela Polícia Federal.

 

 

A CPI do PreviPalmas está na fase de ouvir depoimentos. Ontem foi ouvido, além de João Carlos Mansur, o ex-sócio da REAG Pedro Monteiro Matos.  Na próxima segunda, 29, às 09h, está agendado o depoimento da ex-presidente do PreviPalmas, Wally Aparecida Macedo Vidovix.

 

 

Depoimentos

 

Segundo João Carlos Mansur, a Reag Investimentos administrou o fundo do Cais Mauá entre o final de fevereiro até abril de 2018 e que, durante o período, o fundo dispunha de R$ 4 milhões, dos quais R$ 2 milhões sofreram bloqueio judicial, a pedido do próprio PreviPalmas.

 

O restante das verbas foi utilizado para pagamento de despesas ordinárias. Ele se comprometeu, perante os membros da CPI, a enviar relatório discriminado dos levantamentos contábeis e financeiros realizados sob sua gestão. Além disso, Mansur afirmou não ter identificado nenhuma ilegalidade há época. “Recebemos os atestados de regularidade do antigo gestor. Naquele momento não constatamos nenhuma irregularidade. Todos os investidores naquele momento estavam enquadrados”, garantiu.

O depoente relatou ainda que participou de uma reunião técnica, em março de 2018, com o então presidente do PreviPalmas, Maxcilane Fleury, ex-secretário de Finanças, Christian Zini e o ex-procurador-geral do município, Públio Borges. “Eles foram a uma reunião pré-agendada para tratar de assuntos técnicos, perguntar sobre os investimentos no Cais Mauá”, contou.

 

No período da tarde a Comissão ouviu, na condição de testemunha, o ex-sócio da empresa Reag, Pedro Monteiro Matos, que declarou não ter conhecimento das aplicações do fundo de investimento por ter se desligado da empresa antes das operações realizadas pelo Instituto de Previdência Municipal. 

 

Continuação da CPI

 

Esta é a segunda comissão formada para analisar o caso. A primeira, que deu início no passado, tinha como presidente o vereador Júnior Geo (PROS), que foi eleito deputado estadual. Com sua saída da Câmara, uma nova equipe foi definida para continuar com as apurações de denúncias no PreviPalmas.

 

Foi definida no plenário da Câmara na sessão no dia 13 de abril, a nova presidência da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do Previpalmas. A presidência ficou com Milton Neris (PP) e a vice-presidência com Vandim do Povo (DC).  a vereadora Laudecy Coimbra (SD) foi definida a relatoria da Comissão no dia 15.

 

Entenda

 

Entre 2016 e 2017, um investimento de R$ 30 milhões feito pela prefeitura de Palmas, via Previpalmas, no Fundo Cais Mauá, cujas obras nunca foram iniciadas até o final do ano e chamou a atenção no mercado previdenciário. O T1, em fevereiro de deste ano, expôs o caso.

 

O ex-diretor de Investimentos do instituto, Fábio Martins, em entrevista ao T1 Notícias, disse que o empreendimento havia recebido avaliação negativa por falta de licenças necessárias ao início da obra, mas que os investidores receberam licença da prefeitura no começo de dezembro para que as obras sejam finalmente iniciadas em março deste ano e que a perspectiva de alta é boa. 

 

À época, o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, admitiu que o PreviPalmas errou ao realizar uma aplicação de risco no Cais Mauá. Em março, houve a oficialização de que novos gestores estavam entrando na composição societária, saindo a NSG Capital, que geria fundo de investidores. A Reag, um dos maiores fundos de investimento do Brasil, assumiu a gestão do fundo e garatiu ao governo do Rio Grande do Sul (RS) o cumprimeto do cronograma das obras.

 

Já em abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Gatekeepers, em Porto Alegre (RS). A ação da PF investiga supostas fraudes relacionadas a fundo de pensão que, até fevereiro passado, era o responsável por gerenciar os recursos para a obra de revitalização do Cais Mauá, em Porto Alegre. O Instituto de Previdência Social do Município de Palmas (PreviPalmas) chegou a investir R$ 30 milhões neste Fundo.

 

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