Moradores atingidos por cheia de usina não foram indenizados

Em Paranã, as famílias impactadas pela cheia da usina de Peixe Angical não foram indenizadas. A cheia ocorreu em fevereiro deste ano e destruiu casas, plantações e desabrigou famílias em ilhas e comunidades ribeirinhas.

As mais de 50 famílias atingidas em fevereiro deste ano pela cheia da Usina de Peixe Angical, em Paranã, continuam receber a indenização pelos danos causados. A informação foi confirmada pela prefeitura e pelos próprios moradores.

O secretário de Meio Ambiente, Waller Gonzaga Póvoa, informou que até o momento consócio responsável pela construção da Usina não deu posicionamento sobre o caso.

“A prefeitura fez o que podia, deu toda a assistência às famílias na época em que a cidade foi alagada, mas o pessoal da Usina não fez nada, disseram que a culpa não é deles e por isso ficou. Mas pelo que sei, existe uma ação na Justiça que pede a reparação dos danos sofridos pelos moradores”, informou.
O secretário informou também que antes mesmo da enchente ocorrer, a prefeitura comprou uma área e deixou a disposição do Consórcio para que as famílias fossem retiradas dos locais de riscos, mas o Consórcio não quis fazer a transferência.

“A prefeitura comprou o terreno há mais de dois anos para prevenir que isso ocorresse, mas o Consórcio não quis realocar as famílias alegando que não é de responsabilidade deles. Nós tememos que isso se repita nos anos seguintes”, finalizou o secretário.

Morador Reclama

Reinaldo Póvoa, morador atingido pela última enchente, informou ao Portal T1 Notícias que, no seu caso, não foi tomada nenhuma providência por parte dos responsáveis pela usina. “Eu fui atingido, só os reparos da minha casa me custaram cerca de R$ 7 mil, mas ninguém me procurou para pagar, tanto é que eu ainda não terminei a reforma”, disse.
Os prejuízos, segundo informou o morador, são vários. “Esse valor que lhe passei foi em relação a minha casa que ficou bastante danificada, mas tive outros prejuízos como plantações e minhas criações, como galinha e outros bichos, que morreram na cheia, pois não tive como salvá-los”, finalizou.

Obra
Localizada no Rio Tocantins, entre os municípios de Peixe, São Salvador do Tocantins e Paranã, na região Sul do Estado, a usina completou sua entrada em operação comercial em 16 de setembro de 2006. As três turbinas do complexo totalizam uma potência instalada de 452 MW, gerando uma energia anual assegurada de 2.374 GWh, suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 4 milhões de habitantes, equivalente a duas vezes o consumo de Brasília. A energia produzida é transferida ao Sistema Elétrico Brasileiro por uma linha de transmissão de 500 kV, através da subestação de Furnas em Gurupi (TO).

Tentativa de contato
O Portal T1 Notícias tentou contato com o Consócio Peixe Angical, responsável pela construção da Usina, mas os responsáveis não foram localizados para se posicionar sobre o assunto. Caso o grupo queira se pronunciar sobre o caso, o espaço continua aberto.

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