Moradores estão assustados com internos da Unidade Socioeducativa em Taquaralto

Defesa Social diz que escolha do local é prerrogativa legal, que menores estão ali para serem reinseridos na sociedade e que conta com o apoio da PM para evitar a criminalidade...

Foto tirada de um dos buracos
Descrição: Foto tirada de um dos buracos Crédito: T1 Notícias

Assustados e com medo moradores procuraram o T1 Notícias na manhã desta quarta-feira, 17, para contar que internos do Centro de Apoio Socioeducativo de Palmas, localizado em Taquaralto, estão pulando o muro para roubar.

“Todos os moradores vizinhos da casa sabem que eles pulam os muros. Já quebraram o muro. A gente ouve o barulho. Eles chegaram e se instalaram aqui nessa região de comércio e residências sem nenhuma segurança”, afirmou o morador Valterli Pereira, que está mobilizando os moradores para registrarem Boletim de Ocorrência.

O dono da oficina que divide o muro com a unidade socioeducativa também contou que já foi vítima dos menores, “que pularam o muro da oficina para roubar peças”. Outra pessoa que relatou estar com medo é o dono de uma mecânica de armas, que também divide o muro com a unidade socioeducativa. “Tem um buraco no muro que eles fizeram para pular”. A diretora de uma escola particular que fica próxima a unidade disse que está sendo prejudicada com a instalação da casa no local, porque os estudantes ficam assustados.

 

Na AL

O deputado Marcelo Lelis apresentou requerimento na Assembleia Legislativa solicitando que a unidade seja transferida do local. O deputado disse que esteve com os moradores que relataram pânico com a instalação da casa em local de comércio e residências. Os deputados Eli Borges, Sargento Aragão e Manoel Queiroz, subscreveram o requerimento.

 

Defesa Social

O Diretor Adjunto do Departamento de Proteção dos Direitos Humanos e Sociais da Secretaria de Defesa Social, Hélio Marques, falou ao T1 Notícias que “a prerrogativa da lei é de que o menor infrator seja reinserido na sociedade e, por isso a unidade, que funciona com sistema de semiliberdade, está localizada naquele local. Lá tem tudo que a lei exige, tem casa, escola e comércio próximos”.

Na casa ficam cinco menores entre 15 e 18 anos que, para a Justiça, cometeram crimes de leve proporção. São recém-chegados e transferidos da unidade de Taquari, para cumprir medida em regime de semiliberdade. Eles não ficam trancados e geralmente são menores que estão cumprindo medidas de internação.

“A transição é uma prerrogativa legal e nós fizemos parceria com a Polícia Militar, explicamos como funciona a medida e pedimos para que conhecesse o local, estivesse sempre próximo para prevenir aumento do crime na região. Dos cinco adolescentes só um é da região norte, os outros estão perto de casa, são da região sul”, informou Hélio.

Ainda de acordo com o diretor, a Secretaria de Defesa Social, baseada nos preceitos da lei, não vai retirar a casa do local. “Estamos abertos a conversar com a associação do bairro. Queremos explicar que esses menores estão ali para serem reinseridos, que tem mão de obra, eles fazem curso profissionalizante, o Estado oferece todo o aparato necessário para que eles sejam reinseridos, precisamos da ajuda dos moradores também, para que esses menores não se tornem adultos criminosos”, disse o diretor.

A Defesa Social só irá tomar alguma medida a respeito da denúncia dos moradores se for notificada oficialmente. O diretor disse que neste caso, “pretendemos conversar e resolver a situação”. Ainda de acordo com ele, os menores são acompanhados de toda uma equipe técnica com pedagogo, assistente social, psicólogo, nutricionista, técnico em enfermagem, além da equipe de socioeducadores e coordenação.

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