Presidente do Hospital do Câncer pede maior engajamento da sociedade para obra

Para Henrique Prata, sociedade deve se mobilizar em prol do Hospital do Amor, na capital. “Cada moeda que colocarmos aqui estaremos salvando vidas. Precisamos envolver a sociedade e todos", disse

“Cada moeda que nós colocarmos aqui estaremos salvando vidas” , diz presidente
Descrição: “Cada moeda que nós colocarmos aqui estaremos salvando vidas” , diz presidente Crédito: Luciana Dias/Secom Palmas

Ao lançar uma nova iniciativa que visa captar mais recursos para a construção do “Hospital do Amor” do Tocantins, em Palmas, a campanha “Tijolinhos de Amor”, o pecuarista Henrique Prata, presidente do Hospital do Câncer de Barretos, conclamou a comunidade e ao empresariado do Estado participação maior em prol da obra. A construção do hospital em Palmas já começou, com recursos arrecadados durante leilão em Araguaína, no ano passado, que totalizaram R$ 1,4 milhão.

 

O projeto está orçado em R$ 100 milhões. “Cada moeda que nós colocarmos aqui estaremos salvando vidas. Precisamos envolver a sociedade e todos os seus segmentos. Esta é uma obra sem nenhum viés financeiro e só existe se for honesta perante a Deus”, afirmou. A declaração de Prata foi dada no encontro dos colaboradores, voluntários e pacientes ocorrido na noite dessa sexta-feira, dia 16, no auditório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na capital.

 

Durante a reunião, houve depoimentos que emocionaram o público, como o de Leonel Dias de Souza, coordenador voluntário do hospital no Estado. Ele relatou a experiência do “câncer batendo na porta de sua casa” após o diagnóstico da esposa, Ana Paula Bichuette, com câncer de mama há quatro anos. “Essa doença chamada câncer é algo tão terrível na vida de uma pessoa que realmente só sabe quem passa por ela. O primeiro momento ela traz tristeza, incerteza, a desesperança, depressão, a dor e por final a morte quando não tratada na hora certa e de forma correta”, disse. A ajuda veio do tratamento no Hospital do Câncer de Barretos. “Largamos tudo para trás, como filha adolescente, trabalho, casa sem saber como seria. Só sabíamos que lá era um centro de referência no tratamento de câncer. Mas, nos deparamos com algo muito maior do que um tratamento de saúde. Encontramos algo que modificou as nossas vidas, um lugar diferente de tudo que sabíamos sobre saúde pública, um lugar que trata não só a doença, mas a pessoa, o ser humano. Elas se sentem seguras, amparadas, além do melhor tratamento totalmente gratuito”, comentou. 

 

Após a esposa se curar, eles voltaram e se mobilizaram pela construção em Palmas. “Nos unimos a um grupo de voluntários que são verdadeiros guerreiros que não medem esforços pela causa”, complementou.

 

Segundo Leonel, em quatro anos, aproximadamente 300 pacientes de Palmas foram atendidos em Barretos. Somente no ano passado foram 614 pacientes de 75 municípios encaminhados com um total de 15.676 atendimentos. O Hospital do Câncer de Barretos atendeu no ano passado 171.474 pessoas de 2.107 municípios brasileiros, com o total de 880.620 atendimentos de pacientes com câncer. Com a construção em Palmas, os pacientes do Tocantins não precisarão mais se dirigir ao interior de São Paulo para tratamento.

 

Vale a pena a causa

Outro pronunciamento que emocionou o público foi do vendedor Leomir Ribeiro de Carvalho, também de Palmas. Após algumas consultas por causa de dores no braço, seu filho, de 17 anos, foi diagnosticado com leucemia e o médico havia alertado que ele teria poucos dias de vida. “Pensem num pai que ficou preocupado, que saiu do chão”, lembrou.

 

Ele falou das dificuldades como a falta de condições de tratamento no Hospital Geral de Palmas, onde recebeu o diagnóstico e até para conseguir transporte para o filho se dirigir a Barretos com urgência. Após conseguir vaga, o jovem recebeu o tratamento e hoje está curado. “Vale a pena nos despertarmos para as obras do Hospital do Amor em Palmas. A mesma identidade lá vai ser aqui também. Conhecemos muitas pessoas. Os médicos são de excelência. Recebemos o resultado final: “o tratamento terminou, podem ir para casa”, disseram os médicos. Voltamos, com a vitória, que é o Felipe. Quando eu ando na rua com ele eu digo: é um milagre”, contou.

 

Campanha dos tijolinhos

Outro fato importante do encontro foi o lançamento da campanha “Tijolinhos de Amor”, nova iniciativa que visa arrecadar recursos para a obra. Ao adquirir o objeto, o doador ganhará uma placa que será gravada numa parede do hospital, como forma de marcar a sua colaboração na construção. O comprador ganhará também uma réplica do material para instalar em sua casa, escritório ou qualquer outra propriedade. Cada tijolinho será vendido em 25 parcelas de R$ 2 mil cada.

 

Duas pessoas já adquiriram os tijolinhos: a empresária Salvina Moco Bravo, de Araguaína, e o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que foi um dos idealizadores da iniciativa. Ele trouxe a ideia da iniciativa de um amigo, no Paraná. “Abraçamos com muito amor esse hospital. Foi uma luta de todos, com a presença de Henrique Prata, que tem total respeito da sociedade. Desde a vinda dele a Palmas foi muita luta, todos se juntaram em prol da causa”, disse Amastha.

 

Além de adquirir um tijolinho, Amastha, que é presidente em exercício da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), doou um relógio que será leiloado no dia 14 de abril, durante o 3º Leilão Direito de Viver, em Palmas, também com renda revertida para o hospital. O prefeito se comprometeu em vender 100 desses tijolinhos. “Às 8h45 do dia três de abril entro na campanha mais importante da minha vida: a venda de 100 desses tijolinhos. Adquiri já o meu. O muro já tem o “A” da família Amastha e da dona Salvina, que também já garantiu o seu”, comentou.

 

Henrique Prata afirmou que a campanha do tijolinho é mais uma das muitas iniciativas que visam auxiliar na captação de recursos para a obra. “Teremos o leilão em abril, há a campanha das moedinhas no comércio, entre outras ideias. O certo é que precisamos nos unir. Vamos juntos acreditar que esse projeto é possível. Temos de ter a consciência que nós somos capazes de fazer isso”, comentou.

Comentários (0)