Saúde realiza busca ativa de hanseníase em moradores da zona rural de Taquaruçu

Cerca de 70 famílias receberam o atendimento domiciliar nesta quarta, data que finaliza a programação do Janeiro Roxo, uma campanha Internacional pelo Combate à Hanseníase.

Moradores diagnosticados receberam medicamento e atenção para encaminhamento
Descrição: Moradores diagnosticados receberam medicamento e atenção para encaminhamento Crédito: Divulgação

Na manhã desta quarta-feira, 31, a família do produtor rural Edivan Nunes Monteiro, 60 anos, que reside na zona rural do Distrito de Taquaruçu, recebeu uma equipe da saúde da família composta pela médica Fabrine Vieira e a enfermeira Patrícia Rodrigues. As duas profissionais a missão de conhecer de perto o cotidiano das famílias que moram na zona rural do distrito, ouvir suas queixas de saúde e principalmente examiná-los, observando os sinais e sintomas de hanseníase. Cerca de 70 famílias receberam o atendimento domiciliar nesta quarta, data que finaliza a programação do Janeiro Roxo, uma campanha Internacional pelo Combate à Hanseníase.

 

A médica Fabrine e a colega enfermeira Patrícia formam uma das dez equipes que se dividiram nos assentamentos próximos a Taquaruçu para realizar o mesmo trabalho. Em conversa descontraída no quintal de casa, as profissionais falam sobre a visita, perguntam sobre o estado de saúde de cada um dos integrantes da família e aproveitam para explicar e examinar os moradores. Na casa do Edivan, seu irmão Edízio Nunes, 57 anos, e sua esposa Flávia Souza, 34 anos, foram diagnosticados como portadores da doença. De acordo com a médica Fabrine, Edízio demonstra claramente todos os sintomas da doença. “O estado da doença no senhor Edízio está bastante evidente, inclusive já com sequelas nos nervos e também na pele. O cuidado com ele precisará ser ainda mais severo”, alerta a médica. 


Os dois moradores diagnósticados receberam a medicação e também todos os encaminhamentos para consultas e exames para dar andamento ao tratamento que geralmente tem em média um ano de duração.

 

A médica dermatologista e hansenologista, Luciana Prado, que foi voluntária durante a ação, conta que, em todas as visitas feitas, a equipe foi muito bem recebida pelas famílias e o atendimento foi preciso em relação ao diagnóstico precoce da doença. “Imagina você entrar numa mesma casa e encontrar três integrantes da família com a doença”, observa a especialista falando que é fundamental que ações como essa continuem a ser feitas durante o ano.

 

Saindo do consultório

 

A médica residente em Saúde da Família, Isabele Matias, que também compôs uma das equipes na ação falou da experiência de sair do consultório e vivenciar o atendimento domiciliar em comunidades menos assistidas. “Nós profissionais da Rede de Saúde de Palmas fomos capacitados durante mais de dois anos para diagnosticar precocemente a hanseníase, mas até então fazíamos isso no consultório. Agora, ir até o paciente, ver onde ele mora, em quais condições, poder conversar com ele na varanda, examiná-lo em sua própria casa é muito melhor, além de ser bastante gratificante”, conta entusiasmada com o resultado.

 

O médico Jaison Barreto explica que a região da zona rural de Taquaruçu foi escolhida pela Secretaria de Saúde de Palmas para esta ação devida a distância dos assentamentos ao Centro de Saúde da Comunidade que fica situada no Distrito de Taquaruçu. “Em regime de busca destas famílias conseguimos até o momento diagnosticar mais de oito novos casos, número alto em relação ao percentual de habitantes da localidade”, pontua. 


O secretário de Saúde de Palmas, Nésio Fernandes, conta que as visitas domiciliares passarão a ser mais comuns, para atender a população que tem dificuldade de se deslocar até o Centro de Saúde da Comunidade mais próximo. Ele antecipou também que está previsto a construção de uma nova unidade de saúde para aquela região. “Nossa prioridade é fazer com que eles não precisem sair da zona rural para procurar atendimento na cidade”, destaca o gestor. 

 

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