Sob o manto da gentileza, Eduardo e Amastha disputam quem faz mais por Palmas

Evento seria fechado à imprensa, por opção do secretário Marcílio Ávila. Governo divulgou que buscaria a anuência do prefeito. No final, todos mostraram o jogo: a busca pelos milhões da União

Eduardo e Amastha trocam gentilezas
Descrição: Eduardo e Amastha trocam gentilezas Crédito: Lourenço Bonifácio

 

O que a imprensa assistiu na antiga sede do AMA, atual Orquidário e gabinete institucional do prefeito de Palmas, nesta manhã de sexta-feira, 31, foi uma verdadeira guerra de titãs para levar à população informações sobre projetos que Estado elabora de um lado, e prefeitura de outro, para obras na capital.

 

A assinatura das cartas de anuência à proposta que o Estado encaminha, via Secretaria das Cidades, Habitação e Desenvolvimento Social, era para acontecer num evento fechado. O secretario Marcílio Ávila havia dispensado convocação à imprensa.

 

O governo, de sua parte, fez questão de divulgar. “Acho importante que a população saiba que estamos apresentando estes projetos para fazer o trabalho da macro-drenagem das cabeceiras destes três córregos e pavimentação de avenidas e quadras. Até porque, projeto de pavimentação  já não se faz mais sem drenagem. Só que sem a macro drenagem, as quadras vão continuar alagadas”, explicou Eduardo Siqueira Campos.

 

De sua parte, Marcílio já havia justificado na sua fala: “Nós só queríamos divulgar todas estas cartas, inclusive estes R$ 278 milhões que estamos apresentando, quando fosse concreto. Para não gerar expectativas nas pessoas, de obras que podem não ser aprovadas”

 

Mas foi Carlos Amastha quem sintetizou o espírito da coisa. “A corrida agora é para ver quem faz mais por Palmas. O maior beneficiado é o povo da nossa cidade”, disse ele.

 

Troca de gentilezas adia confronto

 

As divergências ideológicas não foram esquecidas durante as falas e a disputa política, segundo o próprio prefeito, acontecerá a seu tempo. “Vamos deixar isso lá para março, Eduardo. Será que conseguimos tudo isso?” brincou. O secretario respondeu: “Se depender de mim, com certeza”.

 

Eduardo lembrou que as últimas grandes obras de drenagem que Palmas viu, foi na sua gestão como prefeito. “Para mim é uma satisfação voltar nesse lugar de tão doces e boas lembranças, que eu construí quando era prefeito e implantamos aqui um programa, há 20 anos”, recordou se referindo ao AMA, que projetou Marcelo Lélis, então seu secretário, e candidato que o governo apoiou ano passado contra Amastha. O prefeito não deixou por menos: "Este lugar está assim por que foi todo reformado, Eduardo. Você construíu e os outros abandonaram nos últimos anos".

 

Depois de explicar que mesmo fazendo projetos em separado - sem que uma parte soubesse o que a outra ia propor - as obras não se sobrepõem, Marcílio Ávila deu seu recado:  “prefeito, eu garanto para o senhor que as obras propostas pela prefeitura de Palmas nós estaremos executando até outubro”.

 

Por seu lado, Eduardo Siqueira também deixou, no ar, durante entrevista coletiva, sua garantia: “A União não vai nos faltar”.

O trabalho agora envolverá prestígio nos ministérios, habilidade técnica para fazer os projetos básicos, e força política em Brasília para conseguir o dinheiro. Os R$ 365 milhões do Estado para pavimentação e macro drenagem, somam-se a R$ 165 milhões já solicitados para pavimentação e casas populares. Os R$ 278 milhões da prefeitura estão destinados à drenagem, pavimentação e ponte.

 

A largada da corrida foi dada. Caberá à bancada federal correr atrás dos resultados. Para os dois lados.

 

 

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