Suspeito por morte de professora alega inocência e entra em contato com mãe da vítima

O médico afirmou que não matou sua ex-esposa, que está com a consciência tranquila e que sua inocência será provada em breve. Álvaro disse que estará de volta à Capital na próxima terça-feira, 26

Professora foi encontrada morta na própria casa
Descrição: Professora foi encontrada morta na própria casa Crédito: Divulgação/Facebook

O médico Álvaro Ferreira da Silva, investigado pela polícia como o principal suspeito pela morte de sua ex-mulher, a professora Danielle Christina Lustosa Grohs, afirmou em entrevista ontem, 19, ao site AF Notícias, de Araguaína, que não matou sua ex-esposa, que está com a consciência tranquila e que sua inocência será provada em breve. O médico teve a prisão decretada e é considerado foragido.

 

Álvaro esclareceu que está em viagem, que embarcou no Aeroporto de Palmas às 8h de segunda-feira, 18, para um compromisso pré-agendado, que não foi notificado ou convocado oficialmente e que está à disposição da Justiça. Reforçando que não fugiu, Álvaro disse que estará de volta à Capital na próxima terça-feira, 26, e que seus advogados já estão tomando providências sobre o caso. O ex-marido da professora reforçou que espera que tudo seja apurado e que o autor do crime seja identificado. Ele afirmou ainda que a ex-esposa supostamente mantinha um relacionamento com um militar casado.

 

A professora foi encontrada morta na própria residência, na quadra 1004 Sul em Palmas, na noite de segunda-feira, 18, e o principal suspeito pelo crime seria o médico, que já havia sido preso no sábado, 16, por supostamente agredir Danielle, e foi solto no dia seguinte.

 

Mensagens à mãe da vítima

 

Através de uma rede social, Álvaro enviou mensagens para Simara Lustosa, mãe da vítima, nesta terça-feira, 19, após ela chegar a Palmas para o velório da filha. O corpo de Danielle foi localizado de bruços na cama e foram encontrados hematomas no pescoço da professora. O laudo oficial da perícia com as causas da morte só deve ficar pronto em 10 dias. O corpo da professora será levado para Curitiba nesta quarta-feira.

 

Nota pública de repúdio

 

A União Brasileira de Mulheres no Tocantins (UBM/TO) emitiu nota pública nesta quarta manifestando “profundo sentimento de repúdio ao caso de feminicídio de Danielle Christina Lustosa Grohs”.

 

A nota ressalta que “Danielle teve a vida covardemente interrompida pelo ex-companheiro... Crimes como o de Danielle acontecem diariamente no Brasil e no Tocantins. Segundo dados do Datafolha, no país cerca de 7 mulheres são mortas diariamente, vítimas de violência doméstica, a taxa de feminícidio no Brasil é a quinta maior do mundo. Cerca de 1 em cada 3 mulheres sofre algum tipo de violência, mas apenas 6% denunciam os agressores. 38% dos feminicídios em todo o mundo são cometidos pelos companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Mais de 500 mulheres são vítimas de agressão física por hora em nosso país. Segundo o Atlas da Violência (2015), de 2005 à 2015 o assassinato de mulheres no Tocantins aumentou 128%, a taxa feminicídio no Estado é 6,4, a cada 100 mulheres, maior do que a taxa nacional que é de 4,5%. São vítimas demais... É verdadeiramente assustador!”, afirma a instituição.

 

Ainda de acordo com a nota, “a UBM-TO lamenta que casos como esse de Danielle, ainda sejam justificados como crime passional. O feminicídio é considerado um crime baseado em uma cultura machista, na qual o homem não aceita a liberdade de escolha da mulher e tem a necessidade de manter o controle, como se a mulher fosse inferior, submissa, objeto ou posse de seu companheiro, mantendo uma relação de opressão, e nesse caso seguida de morte. É inaceitável que a morte de Danielle e de tantas mulheres sejam justificadas por motivos banais como ‘ciúmes ou inconformismo com términos de relações abusivas’!”.

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