Sem Amastha, Cláudia Lelis e Raul Filho se atacam e torcidas entram em confronto

Os candidatos à prefeitura de Palmas participaram de debate na noite desta segunda, na Unitins. Sem Amastha, o clima entre Cláudia e Raul esquentou. A militância saiu em defesa dos candidatos

Candidatos participam de debate na Unitins
Descrição: Candidatos participam de debate na Unitins Crédito: Lourenço Bonifácio

Sem a presença do prefeito de Palmas e candidato à reeleição, Carlos Amastha (PSB), os candidatos Raul Filho (PR), Cláudia Lelis (PV), Sargento Aragão (PEN) e Zé Roberto (PT) participaram de debate realizado pelos alunos da Universidade do Tocantins (Unitins) na noite desta segunda-feira, 19. Durante o evento, Raul e Cláudia trocaram acusações e críticas e, ao final do debate, as militâncias de ambos se exaltaram, começaram a gritar em defesa dos candidatos e a trocar provocações. Em nota enviada ao evento por sua assessoria, Amastha justificou que não foi ao debate pelo fato de o local definido para a realização do evento ser aberto, sem controle de público e com presença maciça de militantes. Para o prefeito, havia risco de tumulto e a organização não teria se cercado de condições para evitar qualquer tipo de confusão. 

 

O debate foi dividido em três blocos, ocorreu de forma tranquila até a segunda rodada de perguntas, e teve a atual gestão municipal como principal alvo de críticas pelos candidatos. O aumento de impostos e taxas foi um dos temas abordados e questionado. No último bloco, quando foi permitido que cada candidato fizesse perguntas ao outro, Raul Filho questionou Cláudia Lelis sobre o que ela, enquanto vice-governadora, estava fazendo no Estado para garantir a redução de impostos, uma vez que candidata tem criticado o aumento de tributos na gestão de Amastha.

 

“Vamos colocar os pingos nos is. Não estamos aqui para discutir o Estado, mas a prefeitura. Eu sei e o senhor também sabe o papel da vice-governadoria. As condições do Estado são completamente diferentes da prefeitura. Eu, como prefeita, com a caneta na mão, terei o poder de aumentar ou diminuir os impostos cobrados. O cargo da vice não tem autonomia para aumentar ou diminuir, o senhor sabe disse”, respondeu Cláudia à pergunta de Raul, que rebateu a candidata. “O governo já enviou oito pacotes de aumento para a Assembleia Legislativa. A senhora faz parte do governo, pelo menos nos palanques foi assim”, disse o candidato.

 

Caso Cachoeira

Ao usar a palavra, a vice-governadora direcionou sua pergunta a Raul Filho, ao lembrar o fato de sua candidatura ser insegura, por ser mantida por liminar judicial, e destacou ainda o suposto envolvimento de Raul com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A pergunta provocou a reação imediata dos candidatos e militâncias. Raul alegou inocência e abordou a inelegibilidade do ex-deputado estadual e esposo de Cláudia, Marcelo Lelis.

 

“No caso Cachoeira não há nada que comprove a presença deste cidadão com nosso governo, nenhum tipo de negócio. Este processo foi exaustivamente discutido. Este era um método que os políticos da época usavam, inclusive seu esposo usou. Ele, por exemplo, está inelegível,  e não esteve visitando o Cachoeira”, afirmou Raul.

 

Ainda de acordo com Raul Filho, seus eleitores sabem que ele está falando a verdade e ressaltou resultados de recentes pesquisas contra Cláudia. “Esta é uma questão que a sociedade conhece e sabe distinguir muito bem. Tem sido uma arma dos nossos opositores (...) prova disso são seus esforços em tentar forçar a opinião pública em pesquisas que não constatam a verdade, as urnas dizem isso”, destacou o candidato.

 

Cláudia chamou a atenção do público presente para a tranquilidade das respostas de Raul Filho e lembrou da gestão do ex-prefeito. “Haja visto o último governo do senhor, que o senhor deixou a cidade abandonada, esburacada, com obras paralisadas. Então só posso imaginar que a mesma tranquilidade que o senhor me responde esta questão, é a mesma tranquilidade com que o senhor gravou na época com o Cachoeira, falando que Palmas para o senhor era apenas um estágio”, rebateu Cláudia.

 

Raul reforçou sua inocência e continuou citando Marcelo Lelis. “Nada do que burla minha consciência me causa nenhum remorso dos atos que cometi como gestor. Já disse, com 24 anos de vida pública nunca tive uma punição  na Justiça por um ato de improbidade (...) Agora, vossa excelência tem dentro de casa um exemplo disso, o esposo é inelegível por ato impróprio na política”, afirmou o candidato.

 

No auge das provocações entre os candidatos, o mediador do debate, coordenador do curso de Direito da Unitins, Eric Migani, lembrou as regras e ressaltou que o ex-deputado Marcelo Lelis não estava presente para se defender. Raul Filho rebateu, dizendo: “o Cachoeira também não está aqui para se defender”. Cláudia também aproveitou para lembrar que “a candidata aqui sou eu e não meu marido. Eu não estou inelegível”, afirmou.

 

Militância exaltada

Ao final do debate, de um lado imperavam os gritos “volta Raul”, do outro “Olê, olê, olá, Cláudia, Cláudia”.  Na saída, com o uso de megafones e muito barulho, os militante começaram a se empurrar e foram contidos por outros pessoas que pediam calma aos presentes.

 

O debate teve três blocos: I – perguntas elaboradas por professores; II – perguntas elaboradas pelos alunos; e III – perguntas elaboradas pelos candidatos e foi organizado por estudantes dos cursos de Serviço Social e Direito.

 

Confira abaixo vídeo mostrando o momento da confusão entre os militantes:

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