FEIRA DO LIVRO: que tal considerar sua relevância para a formação pessoal e cultural?

A Mestre em Educação Sônia Araújo defende em seu artigo a realização da Feira do Livro, se não pelo Estado, mas via parceiros como Sebrae, Prefeitura e iniciativa privada

Mestre em Educação defende realização do Salão/Feira do Livro
Descrição: Mestre em Educação defende realização do Salão/Feira do Livro Crédito: Elias Oliveira/ Governo do Tocantins

A Feira do Livro ou Salão do Livro possui várias razões especiais de ser. Dentre algumas, estão o envolvimento de alunos de escolas públicas e particulares, pais e demais educadores, além da sociedade como um todo.

 

Além disso é impossível desconsiderar os benefícios que a leitura traz para o cérebro e evidentemente, para a vida humana. Ela estimula a criatividade, tão necessária em diversos momentos da vida, melhora a função cerebral, incita o senso crítico e provoca a empatia.

 

Nos tempos atuais, com tanta correria e dificuldades mil, a empatia (estar no lugar do outro, compreender e sentir suas dores na própria pele) é a melhor ferramenta para aproximar as pessoas e amenizar os problemas de relacionamentos.

 

Sabe-se que a Feira do Livro possui seu lado comercial, mas é voltada também para a convivência, para a difusão da cultura, agregando valores de cidadania por estar em um espaço público e por ser gratuita.

 

O principal propósito da feira é despertar e incentivar as crianças ao hábito da leitura e construir a cidadania via união de leitores e escritos, além de resgatar o livro como uma ferramenta de difusão cultural e conhecimento. Consequentemente a formação de novos leitores e de novas ideias é fundamental para a construção da identidade de uma cidade.

 

Existe também o fato de muitas crianças e adolescentes NÃO conhecerem o livro, como um objeto de lazer ou prazeroso. Primeiro porque só usam o livro quando são obrigados (na escola, dia de provas) e segundo porque preferem o virtual. Assim os inúmeros “clics” do celular, ganham a passos largos do livro físico.

 

Os diversos eventos “embutidos” numa Feira de Livros, conhecidos ou chamados de espetáculos diferenciados, como as palestras, as peças teatrais, o conhecer gente de diferentes culturas e a própria facilidade de poder adquirir livros a preços módicos são grandes atrativos.

 

É compreensível a preocupação do Estado com as despesas geradas por um evento de tal porte, principalmente nos tempos atuais, com tamanha crise econômica que assola o país.

 

Mas também não se pode esquecer, é claro, que a Feira do Livro trará divisas para a cidade. Ao atrair pessoas de outras regiões, ela estará de certa maneira, atraindo clientes para todos os empreendimentos como o ramo hoteleiro, alimentação, lazer e demais áreas.

 

Além disso, há ainda a possibilidades de algum participante, com visão empreendedora, se interessar em investir aqui em Palmas.

 

Vejo a Feira do Livro como um evento multicultural, pois além de ser um espaço de lazer e convivência que abraça diferentes culturas, ou seja, aproxima os cidadãos, ela “transpira” a leitura de formas livres e diversas.

 

Creio que, devido ao orçamento tão apertado, o ideal é usar a criatividade e assim continuar a promover a Feira do Livro.

 

O primeiro passo é planejar e trabalhar com parcerias, o que certamente trará bons resultados. Essa estratégia de parceria é usada pelo Estado do Rio Grande do Sul e sempre com êxito, tanto assim que, tão logo acaba uma feira, já se inicia o planejamento da próxima.

 

Palmas poderia procurar voluntários: profissionais de toda e qualquer área que estiver disposto a doar algumas horas de trabalho para a feira. Patrocinadores: alguns poderiam auxiliar com locais para guardar material (uma espécie de depósito); outros arcariam com a campanha publicitária: jornalismo, publicidade e organização de eventos. Seria o caso de recorrer à alguma empresa de publicidade ou a estagiários da área.

 

É interessante também contatar gráficas para impressão de folders, folhetos, banners e como pagamento teriam o seu nome divulgado nas mídias (uma espécie de propaganda). Bem como o sistema de segurança e assim uma infinidade de serviços, que seriam “pagos” com outros serviços.

 

O SEBRAE poderia entrar em campo e com suas inúmeras ideias, arcar com a gestão do Evento: locação e pagamento de estandes, montagem e desmontagem, transporte e pagamento dos funcionários que não se disponibilizaram a fazer um trabalho gratuito.

 

Todos sabemos da importância da leitura na vida do ser humano. Ela permite ao indivíduo viajar, via imaginação e assim, abrir novos caminhos, novas maneiras de ser e de ver o mundo. Isto porque, a cada livro que lemos, novos horizontes são abertos.

A construção de ideias bem como da personalidade do ser humano passa primeiro pela leitura, pois é através dela que são construídos nossos paradigmas e nos tornamos mais humanos.

 

Associar o ato da leitura ao fato de estimular o pensamento crítico, é ter capacidade para perceber que cidadãos melhor preparados culturalmente e politicamente maduros são capazes de compreender o mundo com maior facilidade e assim, promover as transformações sociais essenciais ao seu desenvolvimento.

Deixo aqui “a minha mágoa” pela inexistência do evento e alguns “porquês” para Palmas rever seu planejamento e considerar a ideia da Feira do Livro neste 2018.

 

Sônia Maria dos Santos Araújo é Mestre em Educação

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