O suor é necessário para o controle da temperatura corpórea, especialmente durante o exercício ou sob temperaturas mais elevadas do ambiente, comum em Palmas.
A hiperidrose (perspiração excessiva causada pela hiperatividade das glândulas sudoríparas) é situação relativamente frequente, com incidência relatada entre 0,15% e 1% da população. Não se tratando de doença grave, quando há risco de vida, trata-se de situação extremamente desconfortável, que causa profundo embaraço social e transtornos de relacionamento e psicológicos no portador, que frequentemente se isola socialmente e adquire hábitos procurando esconder o seu problema. A sudorese excessiva e constante é uma condição constrangedora, desagradável, que dificulta as atividades do dia-a-dia e interfere no trabalho, no lazer e nas atividades sociais. Atividades diárias como escrever, apertar a mão de outra pessoa, segurar papéis e outras atitudes simples podem ser adversamente afetada pela hiperidrose. Quando o quadro de hiperidrose é grave, ocorre gotejamento espontâneo na região afetada. Nos casos mais graves, a pele pode ficar macerada ou mesmo fissurada. Quando a sudorese é mais intensa na região axilar, outros sintomas desagradáveis são relatados como odor fétido.
Classicamente, a hiperidrose foi tratada de diversas formas, dependendo da intensidade dos sintomas. As opções de tratamento clínico incluem:
- uso de antiperspirantes e adstringentes;
- uso de talco;
- banho com sabonete desodorante;
- não calçar o mesmo par de sapatos por dois dias seguidos; utilizar palmilhas absorventes, que devem ser substituídas frequentemente;
- tratamento medicamentoso sistêmico, com drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas: estas drogas proporcionam apenas alívio parcial e apresentam efeitos colaterais importantes e indesejáveis, como alteração da visão, boca seca, problemas urinários, sedação etc.;
- psicoterapia;
- injeções locais de toxina botulínica ("botox") - duração de quatro a seis meses e com uso limitado a áreas de pequena extensão, o que é raro.
Como podemos notar, as opções de tratamento clínico são pouco satisfatórias, às vezes desconfortáveis e necessitam ser utilizadas por um período indeterminado.
Recentemente, a introdução da simpatectomia torácica por videotoracoscopia revolucionou o tratamento da hiperidrose. Em pouco tempo, esse procedimento assumiu a posição de tratamento seguro, definitivo e pouco invasivo no tratamento dessa condição. Ao término do procedimento, o paciente é encaminhado a sala de recuperação anestésica. Após alta da recuperação anestésica, o paciente é encorajado a deambular no quarto e a iniciar dieta líquida.
Administramos analgésicos por via oral nos primeiros dias do período pós-operatório. O paciente é orientado para exercícios respiratórios inspiração profunda e sustentada. Na ausência de complicações, o paciente pode receber alta no mesmo dia da operação, e pode retornar à suas atividades habituais dentro de poucos dias, no máximo dentro de sete a dez dias. As cicatrizes são muito pequenas, quase imperceptíveis e não há pontos na pele para serem retirados.
Os resultados são dramáticos. As extremidades superiores (membros superiores e axilas) se encontram secas e quentes assim que o paciente se recupera da anestesia em 95% dos casos. Os pacientes referem que pela primeira vez, em muitos anos, as mãos estão secas e quentes. Em 70% das vezes, o mesmo ocorre em relação à hiperidrose plantar e craniofacial. Podemos notar ainda, melhora em relação a palpitações e taquicardia. Os resultados são geralmente permanentes.
A melhora na qualidade de vida é indiscutível!
Dr. Danilo Felix Daud- CRM/TO: 2478. Cirurgião Torácico, Mestre em Ciências da Saúde – UNIFESP. Pós-Graduando (Doutorado) – USP.
CLÍNICA ONCOLÓGICA DE PALMAS E ESPECIALIDADES
E-mail: centrooncologico@brturbo.com.br
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