O modelo de casa rural sustentável construída de madeira tratada de eucalipto (reflorestamento), assoalho de ipê, telhado de zinco e isopor, com iluminação e energia geradas por meio de placas solares, atraiu a atenção de centenas de visitantes na 17ª edição da Agrotins. O construtor da casa, Álvaro Soares Oliveira, explicou que a ideia surgiu de uma necessidade de reutilizar a madeira que era retirada. Esta é a primeira vez que a empresa tocantinense Inforrural apresentou a casa sustentável na Agrotins.
“Vi uma necessidade de usar toda aquela madeira que era retirada, e inspirado em ideias de outros países, resolvi experimentar fazer essa casa, e deu muito certo. Tudo é construído de forma sustentável, tornando o ambiente mais agradável e ecologicamente correto”, disse o empresário.
Para o engenheiro florestal da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), Fernando Dorta, a intenção em construir este modelo de casa é justamente para mostrar aos produtores as diversas possibilidades de uma casa sustentável no campo. “Tudo é pensado de forma inteligente, ou seja, busca mostrar aos produtores o uso sustentável dos recursos naturais”, informou. Fernando Dorta disse que a construção da casa com eucalipto é mais uma possibilidade para utilização da madeira proveniente de reflorestamento, como o eucalipto, diminuindo a pressão nas florestas nativas.
Vantagens e desvantagens
Para Álvaro, que colocou diretamente a mão na massa, o tipo de construção tem mais vantagens do que desvantagens. "O tempo da obra é bem menor que a de alvenaria, os materiais são ótimos isolantes térmicos, o que ameniza a temperatura interna do ambiente, é feita de forma sustentável e ainda é móvel, podendo ser tirada de um local e colocada em outro", pontuou.
Dentre as desvantagens, Álvaro apontou o custo e o material combustível. "O lado ruim é que o material é combustível, então exige um cuidado de onde será colocada. Além disso, sabemos que não é um produto barato, nem popular. Ele é mais direcionado para um público classe A. Mas o retorno a longo prazo compensa o gasto inicial", ponderou.
O valor do metro quadrado gira em torno de R$ 1.200. O tipo de assoalho, de ipê, também aumenta o custo da obra. De acordo com o construtor a casa exposta na feira foi transportada em cima de um caminhão e está à venda por R$ 20 mil.
Retorno positivo
Mesmo com o custo mais alto, Álvaro garantiu que não foi empecilho para fechar negócios e que participar da feira ajudou a projetar sua ideia para o Estado inteiro. "As pessoas chegavam curiosas, ninguém conhecia esse modelo de casa feita com eucalipto tratado. Já estou negociando a construção de chalés em pousadas no interior do Estado, ranchos em Taquaruçu e Ponte Alta, e até em pousadas na cidade de Mateiros", comemorou.
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