Alunos da Unitins ganham bolsas do CNPq com pesquisa sobre uso medicinal do babaçu

Projetos foram apresentados na Febrace e os acadêmicos irão receber bolsas por um ano para desenvolver pesquisa que estuda fortalecimento do sistema imunológico

Projeto apresentado na Febrace gera premiação e bolsas a estudantes
Descrição: Projeto apresentado na Febrace gera premiação e bolsas a estudantes Crédito: Divulgação

Os acadêmicos do curso de Enfermagem do Câmpus Augustinópolis da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Hugo Araújo Salis e Catarina Melo Cardoso, foram selecionados e receberão bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para desenvolverem suas pesquisas na utilização medicinal do coco babaçu, aplicando-o para o fortalecimento do sistema imunológico humano. A bolsa é vigente de abril de 2018 a 31 de março de 2019. Todo final de trimestre os alunos pesquisadores precisam enviar ao CNPq a descrição das atividades realizadas nos projetos.  A seleção reforça que a Unitins vem cumprindo seu papel social de Instituição de Ensino Superior (IES) no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.

 

O projeto foi apresentado na 16ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), na Universidade de São Paulo (USP). Catarina explica que a equipe utilizou a parte menos aproveitada do coco babaçu. “Utilizamos o mesocarpo, que possui propriedades terapêuticas e que ajuda a estimular o sistema imunológico humano em duas fases essenciais, os leucócitos e linfócitos, além de ser rico em vitamina C e ferro”.

 

O ineditismo do projeto também é comemorado pela estudante. “Não existe nenhum artigo que relacione o mesocarpo do babaçu ao sistema imunológico humano. A gente trabalha com esse fruto de forma sustentável, já que essa é a parte menos utilizada do fruto”, diz a acadêmica, ao reiterar que a pesquisa é benéfica e viável economicamente, possibilitando o acesso a todas as classes sociais.

 

“Eu me sinto extremamente feliz porque foi a realização de um sonho participar da Febrace com o apoio da Unitins. Apresentei a pesquisa com ânimo e quero continuar fazendo o que mais gosto na área da Saúde, que é pesquisar, sempre com foco em ajudar as pessoas que mais precisam, especialmente da nossa região Norte e Nordeste, que é economicamente mais fraca”, destaca a acadêmica.

 

O estudante Hugo Salis reforça que o projeto agrega valor a uma parte esquecida do babaçu, “que é o mesocarpo do babaçu ou farinha do babaçu. Essa farinha contém propriedades que aumentam o sistema imunológico da pessoa. Tem propriedades de cicatrização e também é viável economicamente. Quero que todos os brasileiros conheçam esses benefícios, pois é um fruto que merece ter esse reconhecimento”.

 

Sobre a pesquisa, Hugo Salis diz que é uma conquista por ter adquirido conhecimento sobre a importância do aproveitamento do fruto e poder ajudar sua região com isso. “O babaçu não é só culinária, ele é ciência, é economia, ele faz parte da nossa tradição, ele é tudo isso e muito mais. Não paro até todos conhecerem o babaçu”, garante entusiasmado.

 

Da Pesquisa à Extensão

 

O professor orientador dos alunos, Dr. Zilmar Timóteo Soares, destaca a importância da pesquisa desenvolvida na região norte do Tocantins. “O avanço para a Universidade é o processo que eles vão desenvolver para obter os resultados científicos acadêmicos e a relação da Universidade com a pesquisa na busca de um melhor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] para o Norte do Estado. Não queremos desenvolver essa pesquisa só no aspecto científico, mas trazer o desenvolvimento para região do Bico do Papagaio”, ressalta.

 

O professor pesquisador explica que o uso do fruto nativo da região fará com que a pesquisa, depois de terminada, chegue à comunidade por meio de projetos de extensão universitária. “Agora, vamos trabalhar o aspecto laboratorial, fazer as comprovações da ideia inicialmente apresentada, e já temos material coletado para isso. A primeira fase foi mais de pesquisa bibliográfica”, conta o professor. A pesquisa será feita em laboratórios da própria Unitins no Bico do Papagaio e em laboratório da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em Imperatriz.

 

O orientador da pesquisa, Zilmar Timóteo Soares é biólogo, mestre e doutor em Educação Ambiental e pós-doutor em Psicanálise Clínica.

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