Saiu na tarde desta sexta-feira, 28, a decisão da Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) concedendo ao ex-governador do Tocantins, Sandoval Cardoso e ao proprietário da CSN Engenharia, Humberto Siqueira Nogueira, 
a liberdade, mediante o pagamento de fiança de R$ 50 mil. A determinação da justiça é que os dois respondam ao processo em liberdade e mantenham-se afastados dos outros envolvidos na investigação da Operação Ápia, da Polícia Federal. A decisão foi da desembargadora Neuza Maria Alves da Silva. Sandoval deixou a Casa de Prisão Provisória de Palmas por volta das 20h desta sexta, de onde saiu dirigindo seu carro, acompanhado por seus advogados.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que o ex-governador deixa a prisão e faz uma declaração à imprensa. “Confio muito na Justiça e tenho certeza que a Justiça vai ser feita. Tenho certeza da nossa inocência, do trabalho que fizemos pelo Tocantins, e tenho certeza que tudo vai ser esclarecido. Estou à disposição da Justiça. Preciso chegar em casa, foram 16 dias, preciso ver minha família”, afirmou Sandoval.
O advogado Leandro Fernandes, que também defende o ex-governador, informou, ao ser questionado se Sandoval Cardoso permanece em Palmas ou retorna para Goiânia, Goiás, onde reside atualmente, que os detalhes ainda não foram definidos. “Ainda não temos nada decidido. Ele vai encontrar com a família. Por enquanto não sabemos informar”, disse.
O Habeas Corpus, com pedido de liminar, para que o ex-governador responda em liberdade foi impetrado no último dia 24, por seus advogados Cezar Roberto Bitencourt, Belchior Guimarães Alves Filho e Vania Barbosa Adorno Bitencourt, que são do Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Goiás.
De acordo com informações da assessoria de comunicação da 4ª Vara de Palmas da Justiça Federal, Sandoval Cardoso e Humberto Nogueira terão que se apresentar uma vez por mês à justiça.
Entenda
O ex-governador é investigado na Operação Ápia, da Polícia Federal e teve sua prisão preventiva decretada no último dia 22. Por meio da 4ª Vara de Palmas, a Justiça Federal decidiu manter Sandoval e mais sete investigados na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). A operação investiga o desvio de recursos federais em obras de 29 rodovias do Tocantins.
O processo de habeas corpus foi recebido no último dia 24, pela desembargadora Neuza Maria Alves da Silva. Na última terça-feira, 25, a desembargadora se reservou o direito de decidir depois. “(...) Reservo-me para apreciar o pedido de liminar após o oferecimento das informações da autoridade impetrada”, consta despacho. Em sua decisão, Neuza Maria, solicitou informações Polícia Federal do Tocantins, 4ª Vara, sobre a prisão do ex-governador.
Operação Ápia
A operação Ápia está desarticulando uma organização criminosa que atuou no Tocantins supostamente fraudando licitações públicas e execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em 29 rodovias estaduais. Além de Sandoval Cardoso, o ex-governador José Wilson Siqueira Campos foi conduzido coercitivamente à sede da PF, onde prestou depoimento. A PF informou que a organização funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e proprietários de empreiteiras. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões.
(Atualizada às 23h35)
Comentários (0)