Após fechar 21 escolas no TO, Seduc diz que reordenamento otimiza serviços e recursos

As 21 escolas atendiam 4.858 alunos e contavam com os serviços de 1.508 servidores. Com o reordenamento, a rede estadual inicia o ano letivo de 2019 com 499 unidades escolares

Seduc diz que era inviável a continuidade do atendimento nessas escolas
Descrição: Seduc diz que era inviável a continuidade do atendimento nessas escolas Crédito: Elias Oliveira / Governo do Tocantins

A Secretaria da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) enviou nota ao T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 4, se pronunciando sobre o fechamento de 21 escolas na rede estadual do Tocantins a partir deste ano. O assunto é comentado pela população, nas redes sociais, e não agradou muitos pais de alunos. A Seduc informou que a medida foi tomada após a gestão identificar diversas situações que inviabilizavam a continuidade do atendimento nessas 21 escolas, que atendiam 4.858 alunos e contavam com os serviços de 1.508 servidores. Com o reordenamento, a rede estadual inicia o ano letivo de 2019 com 499 unidades escolares.

 

Segundo a Seduc, os alunos e profissionais, com exceção dos casos de contratos suspensos pela administração estadual, foram reordenados para outras unidades. “Estudos realizados pela Seduc Dentre as situações detectadas, estavam convênios firmados com instituições cuja oferta de ensino diverge da competência prioritária do Estado e baixa procura por matrículas. Com o reordenamento das vagas, o Estado garantiu que os alunos destas escolas fossem matriculados em unidades escolares nas proximidades da anterior (sendo que, em alguns casos, a cerca de 18 metros), com condições adequadas, sem prejuízo para o bom andamento das atividades docentes e discentes”, informou a Seduc.

 

“Identificamos casos em que a rede estadual ocupava dois prédios próximos, com as mesmas modalidades de ensino e poucos estudantes matriculados em cada escola, enquanto que a rede municipal precisava ser ampliada e não dispunha de estrutura física. Este reenquadramento possibilitou que o Estado auxiliasse os municípios neste sentido, e quem ganha é a comunidade”, disse a secretária Adriana Aguiar.

 

“Uma situação peculiar que também passou por reordenamento se deu no município de Novo Alegre, onde a Escola Estadual Diolindo dos Santos Freire funcionava no mesmo terreno que a Escola Estadual João de Abreu, ambas ofertando as mesmas modalidades de ensino. A última, com estrutura adequada para abrigar a todos os alunos. Neste caso, ocorreu transferência de patrimônio da Diolindo Freire para a João de Abreu e os alunos poderão estudar em condições adequadas a partir de agora”, completou a gestão.

 

Como parte das medidas da reforma administrativa promovida pelo Governo do Tocantins, a Seduc relatou que realizou o reordenamento das matrículas para otimizar serviços, recursos e espaços educacionais. “A equipe da Educação se dedicou intensamente nos últimos meses e analisou caso a caso as escolas que fazem parte da rede estadual. Identificamos situações preocupantes, como o desequilíbrio entre o número de alunos matriculados e de servidores lotados nas escolas. Com a readequação realizada, nenhum estudante da rede saiu prejudicado, visto que as mudanças se deram para unidades muito próximas das escolas anteriores. Os recursos investidos para manter estas estruturas subutilizadas agora poderão ser destinados para novos investimentos na própria educação”, pontuou a secretária.

 

Voltam às aulas nesta segunda cerca de 150 mil estudantes matriculados na rede de ensino, que, atualmente, tem capacidade para atender a cerca de 180 mil alunos nos 139 municípios. “Nos últimos dez anos, a redução na procura por vagas foi de 31,2%, desta forma, o reordenamento também diz respeito à adequação à realidade do Estado. Os motivos para esta redução de matrículas são diversos, passando pela diminuição nos índices de natalidade até o surgimento de outras modalidades de ensino, como as escolas técnicas, por exemplo, mas o fato é que a rede estadual necessita se adequar à sua realidade, para que tenhamos uma estrutura mais eficiente e possamos investir na qualidade do ensino ofertado”, frisou Adriana.

 

Ainda de acordo com a Seduc, os prédios que sediavam as escolas estaduais estão sendo cedidos para as prefeituras, onde funcionarão escolas das redes municipais. As escolas são: Colégio Estadual José Bonifácio, em Xambioá; Escola Estadual Apoenam De Abreu, em Arraias; Escola Estadual Joaquim José de Almeida, em Taguatinga;  Escola Estadual Olavo Bilac, em Presidente Kennedy; Escola Estadual Regina Siqueira Campos, em Lizarda; Escola Estadual Novo Horizonte, em Rio Sono; Escola Estadual Pio XII, Tocantinópolis; Escola Estadual Trajano Coelho Neto, em Pium; Escola Estadual Joana Medeiros, em Ponte Alta do Tocantins; Escola Estadual de Tempo Integral  Frei José Maria Aldrin, em Porto Nacional; a Escola Estadual Henrique Figueiredo de Brito, em Babaçulândia; e a Escola Estadual Manoel Messias, em Miracema. Esta última, trata-se de devolução do prédio, que pertence ao município. “Desta forma o governo continua a atender a demanda educacional, com foco no cidadão, independente da etapa de ensino, além de fortalecer o apoio às necessidades locais dos municípios”, informou a Seduc.

 

Convênios encerrados

 

A Seduc relatou, ainda, que foram encerrados convênios com as mantenedoras das seguintes unidades: Colégio Nossa Senhora da Conceição, em Wanderlândia; Colégio Paroquial Sagrado Coração de Jesus e Colégio Pré-Universitário, ambas de Araguaína; Escola Comunitária de Augustinópolis; Escola Conveniada Escola Batista B. Foreman, em Dianópolis; e Escola São Francisco De Assis, em Cristalândia. “Em todos os casos, os estudantes foram realocados em escolas com prédios próprios da rede estadual que possuem condições físicas e pedagógicas adequadas, com a garantia da continuidade do ensino com qualidade”, justificou.

 

Dentre os convênios ora encerrados, há espaços com mais de 70 anos de construção, nos quais o Estado é legalmente impedido de realizar investimentos para reforma ou adequação, por se tratarem de prédios privados, pontuou a Secretaria.

 

Utilização das escolas fechadas

 

Além dos municípios, a Seduc informou que estabeleceu parcerias com outros órgãos da administração estadual, para que as escolas fechadas sejam disponibilizadas para atender à formação e à segurança pública, como é o caso do Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Caic) e Colégio Estadual Augusto dos Anjos, ambas em Palmas.

 

“Por meio desta parceria, a comunidade do Jardim Aureny I, onde está localizado o Caic, receberá, a partir deste ano, o Centro Integrado de Formação e Segurança Pública (Ciforsep).  Juntos, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria da Cidadania e Justiça se preparam para iniciar as ações de reforma e adequação da estrutura física, que passará a abrigar importantes órgãos e atividades destas instituições, como a Academia do Corpo de Bombeiros, uma unidade do projeto Bombeiros Mirins, a Academia da Polícia Civil, unidades de polícia especializada, dentre outros”, afirmou a Seduc.

 

Na região norte da Capital, o prédio do Colégio Augusto dos Anjos será um Centro de Formação de Professores e Academia da Polícia Militar. “A baixa procura por matrículas no Colégio Augusto dos Anjos foi a principal motivação da mudança, visto que, em 2018, a escola atendeu a pouco mais de 80 estudantes e 37 servidores em seu quadro. Há anos a escola funcionava abaixo de sua capacidade que é de 600 estudantes”, justificou a Seduc.

 

A gestão ainda divulgou a evolução no número de matrículas na rede estadual nos últimos 10 anos:
 

Ano

Matrículas

2009

218.205

2010

215.366

2011

212.730

2012

207.787

2013

199.725

2014

185.266

2015

180.231

2016

168.606

2017

160.916

2018

157.990

2019

150.033

 

 

Comentários (0)