Centrais sindicais buscam apoio da Igreja Católica contra a Reforma da Previdência

Representantes das centrais e movimentos sociais do Tocantins estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (18), em Palmas, com o arcebispo Dom Pedro Brito Guimarães e bispos.

Reunião ocorreu nesta 3ª.
Descrição: Reunião ocorreu nesta 3ª. Crédito: Núbia Martins - Divulgação

Representantes das centrais sindicais e movimentos sociais do Tocantins estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (18), em Palmas, com o Arcebispo Dom Pedro Brito Guimarães, junto com os demais bispos da Regional Norte III.

 

A reunião solicitada pelas centrais teve como objetivo buscar apoio institucional contra a aprovação da Reforma da Previdência. As centrais sindicais são contra a reforma por entender que ela põe fim a aposentadoria da classe trabalhadora.

 

Entendem, ainda, que o sistema de capitalização proposto na “Nova Previdência” apenas beneficia grandes sonegadores da Previdência Social e prejudica os mais pobres. Em um debate preciso e participativo, os líderes sindicais explanaram aos bispos vários impactos negativos que sobrevirão aos menos favorecidos caso a reforma seja aprovada.

 

“A reforma é prejudicial à classe trabalhadora. No nosso entendimento, a reforma tem como único objetivo o financiamento rentável dos bancos, onerando ainda mais os trabalhadores, sobretudo quem ganha menos, submetendo os brasileiros a extrema miséria”, disse o secretário de Organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Iata Anderson Vilarinho.

 

 “A Previdência Social não está quebrada, não existe rombo, esse fato já foi comprovado através de Comissão Parlamentar de Inquérito; quais banqueiros se interessariam em uma instituição quebrada, não é mesmo”, disse o presidente da Força Sindical, Carlos Augusto Melo de Oliveira (Carlão).

 

Dom Giovane, bispo diocesano de Tocantinópolis elogiou a iniciativa dos líderes sindicais e avaliou a análise das centrais como esclarecedora. “A apresentação destes pontos sobre a reforma foi de clareza acerca da reforma”.

 

Já o bispo de Miracema, Philip Dickmans mostrou grande preocupação com a miséria do povo. “É perceptível que de poucos anos para cá muitas pessoas tem buscado apoio na Casa Paroquial com fome, as pessoas procuram ajuda para combater a fome, isso é terrível. Nossa preocupação é esse crescimento”, disse ele. 

 

“Nossa preocupação é a desvinculação da Previdência Social da Constituição. Vemos a capitalização da Previdência como extremamente prejudicial ao povo, acredito inclusive que deveria se criar uma frente para rever a Reforma Trabalhista, que não só retira direitos trabalhistas mas implica fortemente na questão econômica do país”, disse o bispo da Prelazia de São Felix do Araguaia, Dom Adriano Ciocca.

 

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se posiciona contra a reforma

 

Apesar do arcebispo afirmar que já existe uma nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se posicionando contra a reforma, ficou encaminhado na reunião que o episcopado tocantinense elaborará uma nota conjunto com as entidades sindicais com posicionamento contra a reforma da Previdência. 

 

O arcebispo Dom Pedro Brito citou a iniciativa da reunião como positiva. “Nós estamos perdendo a capacidade de sentar juntos. O Papa Francisco tem uma expressão que ele cita muito, que é a palavra cultura do encontro. O que nós vemos hoje é a cultura do desencontro, do confronto. É o que a mídia prega, que muitos agentes pregam, é a cultura do desencontro e do confronto. E nós pregamos a cultura do encontro, as pessoas tem que se encontrarem, tem que conversarem, tem que se entenderem, tem que tomarem a rédea para construir um mundo do diálogo, da conversa, do respeito, e não a cultura do ideológico e do confronto”, disse o arcebispo.

 

Além dos bispos, participaram da reunião representantes da CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Pública, sindicatos de base e a CMP.

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