CNJ investigará desembargador Amado Cilton por suspeita de venda de sentenças

Conselheiros acolheram pedido da corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, que, em uma investigação preliminar, encontrou indícios de que o magistrado supostamente vendia habeas corpus

CNJ decidiu por unanimidade
Descrição: CNJ decidiu por unanimidade Crédito: Foto: Divulgação

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, abrir processo administrativo disciplinar contra o desembargador Amado Cilton Rosa, do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO).

 

Os conselheiros acolheram o pedido da corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, que, em uma investigação preliminar, encontrou indícios de que o magistrado supostamente vendia habeas corpus durante plantões judiciais.

 

O magistrado era investigado pelo CNJ desde abril de 2011, quando foi instaurada sindicância para apuração de possíveis infrações disciplinares no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de corrupção passiva, concussão e peculato.

 

As investigações apontam que as liminares seriam supostamente negociadas dentro do gabinete de Amado Cilton pela esposa dele, Liamar de Fátima Guimarães Rosa, servidora da Corte. Ainda conforme as investigações, a suspeita é de que o magistrado teria supostamente colocado em liberdade acusados de crimes como homicídio qualificado e tráfico de drogas. O valor médio de cada liminar seria de R$ 50 mil.

 

O desembargador já estava afastado de suas funções por conta de medida cautelar tomada pela Corte Especial do STJ na APn nº 690/TO. Ainda assim, o CNJ votou pelo seu afastamento na esfera administrativa até a conclusão do PAD para, “uma vez mais, assegurar que condutas tão díspares comprometam a ordem social e a credibilidade do Poder Judiciário”. O desembargador e sua esposa foram investigados pela Polícia Federal durante a operação Maet, deflagrada em dezembro de 2010, e que resultou no afastamento de outros três desembargadores do TJ, Willamara Leila, Liberato Póvoa e Carlos Souza.

 

O T1 Notícias entrou em contato, por e-mail, com a Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça solicitando um posicionamento sobre o caso. Em resposta, a Ascom do TJ informou que “não nos manifestamos a respeito de assuntos que estão no Conselho Nacional ou em tribunais superiores”.

 

(Atualizada às 09h32)

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