Cooperativa de anestesistas foi denunciada ao MPE, CRM e à Polícia por barrar mutirão

A respeito da determinação que impede os anestesiologistas de participarem do mutirão de cirurgias no Hospital Geral de Palmas, a Secretaria da Saúde recorrerá no Ministério e no Conselho de Medicina.

Cirurgias que já deveriam ter começado, aguardam decisão dos órgãos de controle
Descrição: Cirurgias que já deveriam ter começado, aguardam decisão dos órgãos de controle Crédito: Divulgação/Governo do Tocantins

A Secretaria de Saúde do Estado (SES-TO) entrará com uma medida no Ministério Público do Estado (MPE-TO), no Conselho Regional de Medicina (CRMTO), assim como na Polícia, denunciando o presidente da Cooperativa dos Anestesistas (COOPANEST), Mário Sérgio, que despachou um ofício impedindo que os médicos anestesistas cedidos por contrato ao Hospital Geral de Palmas (HGP), participem do mutirão de cirurgias, com questionamento a cláusula contratual para a realização de cirurgias à noite.

 

O programa de cirurgias eletivas, iniciado em 2016, tem como objetivo zerar a fila de espera para os procedimentos gerais, de modo que a população não fique desamparada pelo sistema de saúde público, com o primeiro mutirão cirúrgico da madrugada no Brasil, realizado no Hospital Geral de Palmas (HGP).

 

A mobilização que segue até o momento suspensa pela determinação do presidente do COOPANEST, está deixando em espera os 30 pacientes encaminhados de vários municípios do Estado ao HGP, assim como as equipes e os anestesistas, que seguem prontos e contatados, segundo relatou o secretário Marcos Musafir.

 

Ainda de acordo com o Secretário da Saúde, a atitude do presidente Mário Sérgio vai contra a ética médica e os princípios do próprio contrato entre a cooperativa, a empresa de anestesia e a vontade individual dos profissionais que querem fazer bem à população. “Repudio essa ação e entramos com uma medida no Conselho Regional de Medicina e no Ministério Público para uma tomada de decisão. Isto não é pensar na população!”.

 

Musafir afirmou que espera uma resposta ainda hoje dos órgãos de controle e do Conselho Regional de Medicina, e assim que possível  retomarão o planejamento. “Os anestesistas querem operar! Que a população entenda bem que a vontade da Secretaria e dos profissionais encontrou esse obstáculo, mas que ele será resolvido o mais rapidamente possível”, finalizou.

 

Nota de Esclarecimento

 

Em nota enviada ao T1 Notícias, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado do Tocantins esclareceu “que presta serviço ininterruptamente há mais de 20 anos para o Estado, de forma idônea, sempre ofertando atenção, respeito e carinho por seus pacientes. O Estado do Tocantins, por meio da Sesau, deixou de informar e negociar com a Coopanest a mudança de rotina no dia 13.04, sexta feira passada, em tempo hábil para providenciarmos outros profissionais Anestesistas para a realização das cirurgias, fato que colocaria em risco a vida dos pacientes”.

 

Conforme a Coopanest, “somos favoráveis aos Mutirões, inclusive, já tendo laborado por mais de 12 meses sem recebimento da devida remuneração, passando por dificuldades econômicas e expondo nossas famílias aos riscos  de não serem alimentadas. Quanto aos mutirões, pedimos a população que fiquem tranquilos, que se depender dos anestesistas, eles serão realizados de forma organizada, visando a segurança e o bem-estar dos pacientes”.

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