Delegado começa a ouvir servidores fantasmas e diz que depoimentos são reveladores

Servidores investigados desempenhavam atividades paralelas, tinham outros empregos em empresas privadas e no Município de Porto Nacional, o que tornava incompatível trabalhar na AL

Delegado Guilherme Rocha comanda a operação
Descrição: Delegado Guilherme Rocha comanda a operação Crédito: Divulgação/SSP

O delegado Guilherme Rocha, da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (DRACMA), começou a ouvir no final da manhã desta quinta-feira, 31, os investigados na segunda fase da Operação Espectro, deflagrada hoje pela Polícia Civil do Tocantins para apurar a existência de servidores fantasmas que estariam ligados aos gabinetes dos deputados estaduais Toinho Andrade (PHS) e Amélio Cayres (SD).

 

Em entrevista ao T1, o delegado informou que a operação foi iniciada após o encaminhamento de denúncias anônimas, por parte do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), recebidas no Ministério Público Estadual, sobre o suposto envolvimento de servidores fantasmas com os deputados Toinho Andrade e Amélio Cayres.

 

“Neste foco, iniciamos as investigações para verificar a procedência das denúncias encaminhadas e, com as diligências, constatamos que esses servidores investigados desempenhavam atividades paralelas, tinham outros empregos em empresas privadas, no Município de Porto Nacional, o que tornava incompatível que eles exercessem qualquer tipo de atividade de auxílio na ação parlamentar. Partindo daí, nós solicitamos medidas cautelares para aprofundar as investigações”, relatou o delegado.

 

O T1 questionou o delegado sobre o suposto envolvimento do vereador de Porto Nacional, Tony Andrade, filho do deputado Toinho Andrade, com os servidores fantasmas, mas a informação não foi confirmada.

 

Ainda conforme Guilherme Rocha, ainda nesta semana novas informações sobre o caso serão divulgadas. “Os depoimentos estão bastante reveladores, mas por questão de sigilo não podemos adiantar muitas informações neste momento. Nos próximos dias teremos novidades”, adiantou.

 

Entenda

 

Mandados de intimação e de busca e apreensão foram determinados pela Justiça, para garantir que a polícia possa investigar a suposta ligação de 11 servidores que estariam recebendo salários sem trabalhar, ligados aos deputados. A estimativa é que o dano ao erário seja de R$ 1 milhão. Segundo a polícia, neste momento os deputados não são investigados, apenas os funcionários.

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