Empresa de UTI Aérea suspende serviço no TO: Governo deve mais de R$ 3 milhões

O serviço está suspenso desde a última segunda-feira porque a Sesau não estaria pagando pelos serviços efetuados. Débito já passa dos R$ 3 milhões

Sem receber, Brasil Vida suspende UTI Aérea
Descrição: Sem receber, Brasil Vida suspende UTI Aérea Crédito: Foto: Reprodução

A empresa Brasil Vida Táxi Aéreo, que presta serviço de UTI aérea para o Estado de Tocantins, informou por meio de ofício à Secretaria da Saúde que a partir da última segunda-feira, 14, o atendimento está suspenso “por motivo desta Secretaria não estar honrando com o contrato no quesito pagamento pelos serviços efetuados”.

 

Ainda conforme o documento, ao qual o Portal T1 Notícias teve acesso em primeira mão, a dívida já totaliza um valor de R$ 3.458.229,53 (três milhões, quatrocentos e cinquenta e oito mil reais).  “Já notificamos inúmeras vezes a Secretaria de Saúde sobre os pagamentos e a mesma não nos respondeu positivamente e não nos deu um posicionamento formal sobre as datas de pagamentos”, consta no ofício.

 

Em entrevista ao T1 nesta quinta-feira, 17, o gerente financeiro da empresa, Felipe Augusto, disse que a Brasil Vida já tentou fazer diversas negociações com o Estado, inclusive o parcelamento do débito, mas a negociação não foi honrada. “Há apenas promessas de que vai pagar, mas não pagam. A dívida deles é de R$ 3 milhões e eles vão lá e pagam R$ 200 mil. Já até aceitamos receber o débito em várias parcelas, mas ainda assim eles não pagaram”, pontuou Felipe Augusto.

 

Segundo o gerente, eles compreendem a crise que o Estado está enfrentando, mas a empresa também já está ficando sem dinheiro para pagar os fornecedores. “Sabemos que a situação do Estado está crítica, só que a empresa não tem mais caixa. Precisamos pagar também os nossos fornecedores. Nosso fornecedor de combustível também suspendeu o serviço. Precisamos pagar ainda piloto, médico”, declarou.

 

Felipe Augusto segue explicando que mesmo depois de comunicarem a suspensão do serviço na última segunda-feira, eles não negaram um atendimento de emergência solicitado no dia seguinte. “No último dia 15, terça-feira, nós transportamos um bebê prematuro de Arrais até Palmas, mesmo com eles em débito e o serviço suspenso. Então eles não podem dizer que nós não ajudamos”, afirmou o gerente.

 

Sesau responde

O Portal T1 Notícias entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins solicitando um posicionamento sobre o caso e se há uma previsão de pagamento para que o serviço seja reestabelecido.

 

Por meio de nota, a secretaria informou que está negociando a retomada do serviço. Confira:

"A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que nenhum paciente com indicação de transferência por meio transporte aéreo está ou ficará desassistido. A Secretaria informa ainda que está negociando com a empresa a retomada imediata do serviço de transporte em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Aérea. 
A Sesau reforça que a grave crise financeira que o país e o Estado enfrentam está impedindo que pagamentos sejam feitos como programados."

 

Crise de 2014 se repete

Em 2014 o T1 Notícias noticiou o caso do bebê Bruno Kauan, de 1 ano e 7 meses, que morreu em Colinas após esperar mais de 7 horas por uma UTI Aérea. A empresa prestadora do serviço à época era a Heringuer, que venceu a licitação para o serviço. No entanto, o atendimento também estava suspenso porque o Estado devia quase R$ 3 milhões à empresa.

 

Sem sucesso nas negociações, a empresa manteve a suspensão do serviço e o Estado fez um contrato de emergência com a Brasil Vida, segunda colocada na licitação.

 

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(Atualizada às 11h28 com inserção de nota da Sesau)

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