Encontro estadual feminista reúne ativistas de cinco regiões do Tocantins

Gerações de ativistas devem se reunir no final de julho na Casa 8 de Março, em Palmas

Crédito: Reprodução

Feministas de diversos pólos do Tocantins estarão reunidas nos dias 26 e 27 de julho, na capital Palmas, no Encontro Estadual da Articulação das Mulheres Tocantinenses (AMT) e da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). Organizado pela Casa 8 de Março, organização não-governamental (ONG) com mais de duas décadas de atuação nesse campo, o evento deve receber participantes ativistas de cinco regiões: Palmas-Porto Nacional, Sudeste, Araguaia, Araguaína e Bico do Papagaio.

 

“Esse encontro é relevante porque é um marco de praticamente uma geração de militância feminista no Estado do Tocantins. Essa geração se formou fazendo, ouvindo, educando e compartilhando princípios de um feminismo autônomo, popular, diverso e plural”, destaca Bernadete Aparecida, da Casa 8 de Março. “Foi e continua sendo uma trajetória muito difícil dada a realidade de machismos, preconceitos e coronelismos. Ainda mais agora com todos esses ataques aos direitos das mulheres, LGBT, de jovens estudantes e à democracia mesmo”.

 

Nesse sentido, o encontro estadual da AMT/AMB será também, de acordo com Bernadete, uma oportunidade de “recomeço”, abrindo as portas “tanto as cis e as trans que quiserem participar, conhecer e partilhar do nosso movimento”. Além dos 20 anos da AMT e dos 25 anos da AMB, o evento celebrará o Julho das Pretas, refletindo e fazendo memória da realidade do racismo no Tocantins. “Virão mulheres do interior: quilombolas, pescadoras, atingidas por barragens, bem como estudantes, acadêmicas etc. Essa diversidade representa a AMT como a quisemos construir: tendo o dia a dia das mulheres mais simples, do campo e da cidade, como local privilegiado de atos educativos e vivências dos princípios feministas”.

 

Composto por dois dias de debates coletivos e rodas de conversa sobre variados temas e agendas feministas, o evento será encerrado, na noite do dia 27 de julho, com o III Sarau das Balzacas – A Arte das Pretas. Além de apresentar e divulgar a arte das pretas e a luta antirracista, a atividade artivista tem o objetivo de fortalecer a atuação da AMT/AMB por meio de apresentação de cordéis, músicas feministas, livros, cartazes e fotos.



Durante os dois dias, estará montada ainda uma Feirinha Solidária, na própria sede da Casa 8 de Março, para que a produção da economia solidária trazida e ofertada pelas participantes possa ser exposta, vendida ou trocada. O encontro, que contará ainda com um ato público a ser anunciado e mobilizado para a tarde do dia 26 de julho, conta com o apoio nacional e internacional de entidades como SOS Corpo, Redeh, Cfemea e União Europeia.

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