Gestores debatem alternativas para garantir a permanência de médicos no HRD

O debate girou em torno da falta de médicos para atuar na unidade hospitalar. Há algum tempo a gestão vem buscando vencer as dificuldades de contratação destes profissionais

Audiência pública é realizada em Dianópolis
Descrição: Audiência pública é realizada em Dianópolis Crédito: Foto: Ascom/Sesau

Representantes de órgãos de controle, prefeitos, parlamentares, sindicatos, equipe da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e sociedade em geral lotaram a Câmara Municipal de Dianópolis nesta segunda-feira, 11, em audiência pública para tratar da saúde da região e melhorias para o Hospital Regional de Dianópolis (HRD).

 

O debate girou em torno da falta de médicos para atuar na unidade hospitalar. Há algum tempo a gestão vem buscando vencer as dificuldades de contratação destes profissionais. Desde 2015, 19 profissionais foram contratados para o hospital, sendo que destes, 13 pediram demissão por razões de cunho pessoal e um chamamento público para a contratação de mais profissionais continua em aberto.


 

O defensor público José Rafael Silvério concordou que a situação é crítica. ”Nossa finalidade (da Defensoria) não é obter multa é garantir a assistência à população, ainda mais em um serviço essencial. Saímos daqui mais uma vez com a expectativa de que essas demandas sejam viabilizadas”, disse o defensor.  Já o titular da Primeira Promotoria de Dianópolis, Luis Francisco de Oliveira, destacou que a resolução do problema deve ser obtido dentro da legalidade.

 

Presentes na audiência os deputados estaduais Ricardo Ayres, José Salomão e Valdemar Júnior se colocaram à disposição para ajudar no que for possível dentro da Casa de Leis. “Temos a certeza de que o problema da falta de médicos em Dianópolis será resolvido e vamos levar essa questão à Assembleia para que possamos avaliar e contribuir, principalmente, no que diz respeito à lei que possibilita o pagamento de gratificação a profissional que trabalhe no interior”, disse o deputado Valdemar.

 

Chamamento

“Estamos com chamamento aberto para pessoa física e só apareceu uma médica interessada. Então surgiu a opção de um chamamento para pessoa jurídica, que será feito imediatamente. O que nós queremos é somar forças em prol de uma saúde melhor. Não vamos gastar nossas energias em discussões políticas ou com temas diferentes das que não sejam alcançar melhores resultados para tratar com dignidade, seriedade, qualidade  e humanização a população, assim como determinou o governador Marcelo Miranda”, disse o secretário de Estado da Saúde, Marcos Musafir, acrescentando que será avaliada, por parte da Assembleia Legislativa, a possibilidade de alteração em algumas legislações que permitam aos profissionais contratados receberem o estímulo de gratificação de interior.

 

O chamamento para contratação de pessoa jurídica para complementar a escala de profissionais no Hospital de Dianópolis foi um dos encaminhamentos que da audiência pública.  Além disso, a secretaria vai avaliar a possibilidade de realização de concurso público regionalizado para lotar profissionais na região e viabilizar uma pequena reforma imediata nas dependências do hospital para que melhore o fluxo e o atendimento na área da emergência.

 

Sem terceirização

Na ocasião, o secretário Musafir fez questão de reforçar que o chamamento a ser aberto para pessoa jurídica que tenha interesse em oferecer mão de obra para atuar no HRD não se trata de terceirização, mas de complementação de serviço. “Esse chamado só será feito porque não temos médicos e precisamos oferecer atendimento às pessoas. O chamado é para cobrir os plantões que estão faltando, nos horários que estão faltando”, esclareceu.

 

Há 23 anos atuando na unidade, o médico Areolino Lustosa Neto conhece bem a situação e diz reconhecer que a resposta ao problema deve ser dada imediatamente. “Depois desse debate estou com uma boa perspectiva de que a gente vai resolver esse problema, pelo menos parcialmente. É preciso reconhecer que nós estamos em situação de emergência, a população precisa muito, os profissionais precisam. Colocando uma pessoa jurídica para complementar o serviço pelo menos ia ser a garantia a quem busca por atendimento. A gente tem que pensar nas pessoas. Precisamos de uma solução rápida e também definitiva, assim a contratação de empresa seria a solução rápida e urgente e a realização de concurso público, posteriormente, a definitiva”, completou o médico.

 

A técnica em enfermagem do Hospital de Dianópolis, Lenilda Vidal, também reforçou a necessidade de uma solução imediata.  “Essa situação não pode continuar. Se existe essa possibilidade de contratação de empresa e se ela vai resolver o problema da falta de médicos imediatamente é o que tem que ser feito. Precisamos de uma solução pra ontem”, disse.

 

O secretário de Saúde de Dianópolis, Camerindo Costa Batista, lembrou que a saúde precisa ser garantida para que os pacientes deixem de ser transferidos e, assim, parem de sobrecarregar outras cidades. “Hoje nós transferimos pacientes e isso está sobrecarregando Palmas. Diante da necessidade, da urgência, vemos a contratação de uma empresa como a melhor saída para a população, que é quem deve ser atendida. De imediato o Estado deve solucionar esse problema”, ponderou.

 

Também nesta segunda-feira uma ambulância nova foi entregue ao Hospital de Dianópolis. Agora, a unidade passa a contar com três veículos.

 

(Com informações da Ascom/Sesau)

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