Justiça condena ex-secretário por usar ambulância em passeio no shopping

Ex-secretário disse que estava apenas passando para buscar medicamento, mas acervo de fotos apontou o contrário.

Ex-gestor foi flagrado com ambulância da cidade no estacionamento do shopping
Descrição: Ex-gestor foi flagrado com ambulância da cidade no estacionamento do shopping Crédito: Divulgação

O ex-secretário municipal de Santa Rita, Gilberto Rocha de Souza, teve seus direitos políticos suspensos por oito anos acusado de improbidade administrativa. Segundo a Justiça do Tocantins, ele foi flagrado utilizando uma ambulância do Município em um shopping de Palmas.

 

A decisão é da 2ª Vara Cível de Porto Nacional e determina ainda a perda de função pública e a proibição de contratar com o Poder Público pelo período de 10 anos. Consta nos autos que o antigo gestor municipal, no ano de 2015, valendo-se do cargo público, utilizou o veículo em atividade estritamente particular. O réu foi flagrado no estacionamento do Shopping Capim Dourado, em Palmas.

 

Apesar do réu se defender, explicando que foi até o shopping apenas para pegar um medicamento para esposa, o magistrado pontuou que "no caderno investigatório consta acervo fotográfico, onde mostra claramente o veículo estacionado no estacionamento do shopping Center, o que refuta a tese sustentada pelo requerido que lá estaria somente de passagem para buscar medicamento com o filho".

 

Para o juiz, a proibição da utilização dos bens públicos para fins particulares decorre da própria Constituição da República. "De modo que o ato do réu configura verdadeiro ato de improbidade administrativa, restando evidente o seu dolo, com expressa tipificação na lei de improbidade (...) pois, ninguém utiliza veículo oficial para realização de compras particulares por equívoco", afirmou.

 

Na sentença, o juiz ainda ressalta que a improbidade administrativa está intimamente ligada ao dolo, no sentido de lesar a coletividade em benefício próprio ou de terceiros. “A Lei não trata apenas das questões que envolvam dinheiro público, mas também de questões atinentes à ética na atividade administrativa e à legalidade das condutas dos agentes”, concluiu.

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