Justiça liberta presos pela Operação Lucas e ex-superintendente tem prisão prorrogada

A Justiça Federal informou nesta segunda-feira, 22, que o tempo da prisão temporária dos suspeitos terminou e que somente o da ex-superintendente foi prorrogado

Justiça Federal concede liberdade a presos na operação
Descrição: Justiça Federal concede liberdade a presos na operação Crédito: Foto: Divulgação

A Justiça Federal concedeu liberdade aos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na superintendência do Ministério da Agricultura no Tocantins, presos pela Polícia Federal durante a Operação Lucas, na semana passada. Eles foram liberados no último sábado, 21, mas a ex-superintendente do órgão, Adriana Carla Floresta, teve sua prisão prorrogada e está presa desde a última terça-feira 16, na Unidade Prisional Feminina de Palmas.

 

Ao T1 Notícias, a Justiça Federal informou nesta segunda-feira, 22, que o tempo da prisão temporária dos suspeitos terminou e que somente o da ex-superintendente foi prorrogado. Foram liberados da prisão, no sábado, o marido de Adriana, Humphrey Teixeira; o ex-marido da superintendente, Djalma Feitosa; o integrante de uma das empresas investigadas, Antônio Augusto Machado; o servidor da Adapec cedido ao Mapa, Dawes Rodrigues Sousa Lima; e a engenheira de Alimentos, Fernanda Alves Dias. Já haviam sido liberados os filhos de Adriana, Luís Fernando Floresta e Luciano Floresta, mediante pagamento de fiança, um inspetor da Adapec e Myriam Pinto de Amorim, sócia de algumas das empresas investigadas.

 

A Polícia Federal deflagrou na última terça-feira, 16, a Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento e empresas fiscalizadas. Cerca de 120 policiais federais cumpriram 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão nos Estados do Tocantins, Pará, São Paulo e Pernambuco, além do bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões. No Tocantins os mandados foram cumpridos também em frigoríficos de Araguaína, Gurupi, Paraíso do Tocantins e Augustinópolis.

 

Entenda

A PF detalhou o esquema de corrupção chefiado pela ex-superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Adriana Carla Floresta Feitosa, que também supostamente envolvia seus dois filhos, o atual marido, Humphrey Teixeira, e seu ex-marido, Djalma Feitosa, oficial de justiça no Tribunal de Justiça do Tocantins. Adriana, o atual companheiro e o ex-marido foram presos em Palmas. Um dos filhos da ex-servidora foi preso em Gurupi e o segundo filho foi preso em São Paulo. De acordo com o superintendente da PF, Arcelino Vieira, foi constatado que o dinheiro era utilizado para custear despesas pessoais da família, dentre elas o pagamento das faculdades dos filhos de Adriana.

 

“A ex-chefe de Fiscalização do Mapa, Superintendência do Tocantins, recebia valores indevidos por parte de frigoríficos e laticínios da região com o objetivo de facilitar, seja adiantando ou atrasando, interesses das empresas perante a administração pública que deveria fazer a fiscalização desse setor. A investigação não focou em diligências em relação à saúde pública. O foco é a corrupção ativa e passiva, praticada pelos servidores públicos recebendo, e empresários que faziam pagamentos indevidos”, detalhou o superintendente da PF.

 

Adriana recebia para tratar de interesses que era seu dever fiscalizar. “Ela diminuía ou anulava as multas, adiantava ou atrasava procedimentos administrativos. Ficou claro que era uma atividade que atendia muitos mais aos interesses das empresas do que ao interesse público. Eram pagamentos frequentes em depósito em conta, pagamento de boletos, seja na conta da servidora ou de seus familiares”, completou o superintendente da PF.

 

Em razão dessa investigação a polícia executou 10 mandados de prisão temporária, sendo estes todos cumpridos nesta manhã; mandados de condução coercitiva; e 36 mandados de busca e apreensão. “Houve ainda um pedido de decretação de bloqueio de bens, de aproximadamente R$ 2,2 milhões do núcleo familiar da servidora que está sendo ouvida”, afirmou Arcelino.

 

A movimentação bancária analisada do núcleo familiar de 2010 a 2016 chega à cifra de R$ 13 milhões, sendo que desse valor aproximadamente R$ 3 milhões são fruto de salário, e o que excede a isso é uma movimentação de crédito que não tem origem do salário. É uma movimentação originária dos frigoríficos ou pessoas ligadas a alguma empresa, conforme a PF.

 

Comentários (0)