Miranda chega de viagem e apresenta balanço; Estado receberá multinacional nipônica

Dentre os objetivos da missão tocantinense, estão o incentivo à chegada de indústrias para os polos tocantinenses. A multinacional Mayekawa deverá ter filial no Tocantins dentro de dois ou três anos

Marcelo na Toyota Tsusho Corporation
Descrição: Marcelo na Toyota Tsusho Corporation Crédito: Foto: Pedro Barbosa

Após finalizar, na última sexta-feira, 22, em Tóquio, a agenda de reuniões e trabalhos estabelecida para ser cumprida no Japão, o governador Marcelo Miranda apontou o saldo positivo da viagem e retornou aos trabalhos em seu gabinete, no Palácio Araguaia,  nesta segunda-feira, 25. Durante os dias em que ficou no país asiático, o governador apresentou, aos japoneses, o potencial produtivo do Estado.


O primeiro compromisso ocorreu na embaixada brasileira no Japão, onde o governador Marcelo Miranda apresentou o potencial produtivo do Estado e o processo histórico da parceria e investimentos do Japão no Tocantins. Marcelo Miranda e equipe destacaram a força tocantinense para a agricultura e também a necessidade de se buscar investimentos na indústria, fortalecendo a economia do Estado.


“A história do Tocantins se confunde com a dos nossos irmãos japoneses. Desde o início da criação do Estado, tivemos as melhores parcerias com os japoneses. Eu posso citar a Jica [Agência de Cooperação Internacional do Japão], a Toyota, enfim, várias instituições japonesas que nos deram condições para que o Estado do Tocantins pudesse se desenvolver”, afirmou, na ocasião, o governador.


Dentre os objetivos da missão tocantinense em solo nipônico estão o incentivo à chegada de indústrias para os polos tocantinenses. De acordo com o governador Marcelo Miranda, o Estado carece de investimentos que visem impulsionar a geração de renda, o surgimento de novos postos de trabalho e o fortalecimento da economia do Estado por meio de investimentos do capital estrangeiro. Marcelo Miranda ressaltou que o Estado possui incentivos fiscais em contrapartida à chegada de investidores internacionais. “Temos vários incentivos fiscais e queremos sentar com as empresas e ver o que eles precisam, para saber se podemos contemplá-los. Sempre digo para quem nos visita: venham, conheçam nossa estrutura, conheçam nosso Estado de maneira muito clara, porque não temos apenas a região central. Nós temos várias regiões propícias para receber as empresas”, afirmou.


Outro destaque que o governador Marcelo Miranda enalteceu aos japoneses foi a boa localização geográfica do Tocantins aliada aos investimentos em infraestrutura ferroviária, fluvial e de aviação, que podem viabilizar o escoamento da produção tocantinense para o mercado asiático. “Agora, o Tocantins chega a um momento onde estamos procurando atrair novos investimentos e investidores, para que possamos, com a infraestrutura que temos com a Ferrovia Norte-Sul, as rodovias e no futuro a hidrovia, ter condições para que as empresas que vão se instalar possam escoar a produção. Queremos fortalecer nossa agroindústria, para exportar aos grandes centros mundiais”, enfatizou.

 

Filial da multinacional japonesa Mayekawa


Uma das boas notícias que a viagem da comitiva tocantinense traz é que uma das líderes mundiais de tecnologia em refrigeração industrial, a multinacional Mayekawa, do grupo Mykon, com sede em Tóquio, deverá ter uma filial no Tocantins dentro de dois ou três anos. O investimento visa, sobretudo, o mercado dos estados do Centro-Norte. Os entendimentos nesse sentido já estão bastante adiantados e o interesse foi confirmado pelo presidente mundial da empresa, Shin Maekawa.


O empresário reafirmou o interesse do grupo de se instalar no Tocantins e também apoiar o esforço do Governo em promover a industrialização do Estado. Ele deverá se reunir com o governador em Palmas, em sua próxima viagem ao Brasil.



Com sede em Arujá (SP) e 14 filiais espalhadas pelo Brasil, a Mayekawa atua há 50 anos no mercado brasileiro de compressores industriais, atendendo sobretudo a indústria de alimentos.

Tocantins Agro


Para transformar a produção de grãos em proteína animal, o Governo do Estado instituiu o projeto Tocantins Agro, que prevê a construção de sete barragens em rios do sudoeste, que vão perenizar uma área de várzea tropical de 300 mil hectares. O Governo do Estado vai investir US$ 165 milhões na construção da primeira dessas barragens, sendo US$ 99 milhões de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e US$ 66 milhões de recursos próprios para viabilizar uma área de 26 mil hectares. O restante da área, de 274 mil hectares, será ofertado na forma de concessão ou Parceria Público Privada (PPP). O sistema vai possibilitar a colheita de até duas safras e meia/ano.


Durante a apresentação do Tocantins Agro para empresário japoneses, em Tóquio, Marcelo Miranda demonstrou que o risco do projeto é pequeno, uma vez que o Tocantins já é produtor de grãos, principal insumo da ração animal; o mercado de carnes existe e está em franca expansão e o projeto tem um forte viés de inclusão social, uma vez que a criação de aves e suínos (a proteína animal) exigirá a integração de pequenos produtores, organizados em cooperativas. A infraestrutura de transporte, com a utilização dos modais rodoviário e ferroviário, vai levar o produto ao Porto do Itaqui e, de lá, para o mercado internacional.

 

Conclusão dos trabalhos


O governador Marcelo Miranda concluiu sua agenda em Tóquio na sexta-feira, 22, com visitas ao Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca e à Toyota Tsusho, braço do Grupo Toyota que opera na área agrícola.


No Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca, Marcelo Miranda solicitou ao órgão governamental, a realização por meio de cooperação técnica, de um estudo de avaliação da logística de grãos na região Norte, visando identificar gargalos que necessitem de correção e identificar outras opções logísticas que possam dar maior competitividade aos investidores. O ministério assumiu o compromisso de analisar com maior interesse o pleito apresentado pelo governador.


A última atividade de Marcelo Miranda e sua comitiva foi na Toyota Tsusho Corporation, Grupo Toyota, empresa que já opera no Tocantins no mercado de grãos, por meio da Nova Agri, adquirida há cerca de três anos e conta com três armazéns e um terminal em Palmeirante. O governador foi recebido por Yoshicoko Miura, executivo responsável pela divisão de alimentos e consumo da companhia. O governador solicitou que a Toyota Tsusho amplie a oferta de armazéns no Tocantins, área em que o Estado tem deficiência e a convidou para investir na produção de ovos orgânicos no Tocantins, uma vez que a empresa pretende investir nesse negócio e estuda onde se instalar.



Comitiva



Integraram a comitiva do governador Marcelo Miranda a Tóquio, o senador Vicentinho Alves; a deputada federal Dulce Miranda; o chefe do Escritório de Representação em Brasília, Renato de Assunção; o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Alexandre de Castro; o secretário de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária, Clemente Barros; a subsecretária de Estado da Comunicação Social, Ivonete Motta; além do ajudante de Ordens do Gabinete do Governador, Humberto Parrião; e do fotógrafo do Gabinete, Pedro Barbosa.



Viajaram como convidados, sem ônus para o Estado, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto), Oswaldo Stival Jr e o assessor José Roberto Fernandes; o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Eduardo de Carvalho; além dos representantes da Nippon Koei Lac, Massayuki Honjo e Roberto Kurokawa.

 


O governador Marcelo Miranda disse que finaliza sua agenda satisfeito com os resultados obtidos e com o empenho de toda comitiva que o acompanhou. “Estou feliz com os resultados que conseguimos aqui no Japão e com a recepção que eles tiveram com a nossa comitiva. As instituições demonstraram interesse em discutir os projetos que apresentamos e em dar continuidade neste diálogo. O Japão tem uma demanda muito grande na parte de grãos e o Tocantins nasce como um celeiro preparado para ser um dos estados que têm condições de suprir essa demanda”, concluiu.

 

 

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