MP pede investigação após exoneração de delegado; Governo diz que são apenas ajustes

Promotoria de Alvorada afirma que há suspeita de que gestores estaduais citados teriam tentado embaraçar investigação criminal ao exonerar o delegado que chefiou uma operação contra corrupção no TO

Delegado Evaldo Oliveira
Descrição: Delegado Evaldo Oliveira Crédito: SSP TO

O promotor de Justiça Mateus Ribeiro dos Reis, da Comarca de Alvorada, protocolou uma representação nesta quarta-feira, 6, contra o secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Costa Vidal, e o secretário da Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, pedindo a investigação de uma suposta prática de improbidade administrativa.

 

Segundo a representação, há suspeita de que os gestores citados teriam embaraçado investigação criminal em andamento e atentado contra a moralidade pública.

 

Por isso, ele pede que seja investigado se a recente exoneração do delegado responsável por chefiar a Delegacia de Combate à Corrupção (Dracco), Evaldo Oliveira, violou princípios da administração pública, uma vez que ocorreu na mesma data (dia 4) em que foram deflagradas operações policiais com mandados de busca e apreensão e de prisão temporária de um grande empreiteiro do Estado, investigado pela execução de obras públicas de pavimentação asfáltica.

 

“Em que pese o ato de exoneração não demandar maiores explicações, fato é que a coincidência salta aos olhos até mesmo da mais inocente pessoa, trazendo a suspeita, apta a ensejar investigação por parte do Ministério Público, de que o ato foi praticado com possível violação dos princípios da Administração Pública, o que só poderá ser realmente aferido no bojo de regular procedimento investigatório”, diz o texto da notícia de suposta prática de improbidade administrativa.

 

O outro lado

 

Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação informou que o cargo em comissão de diretor da Dracco é de livre nomeação e exoneração e que eventuais ajustes são normais na administração pública.

 

“Cabe destacar que o ex-diretor não é o delegado responsável pela operação ocorrida na referida data, portanto, não cabe nenhuma associação entre os referidos acontecimentos.  Considera-se ainda o fato do ex-diretor responder Ação Penal de nº 5000006-11.2008.827.2718, por suspeita de corrupção, o que inviabiliza sua manutenção no referido cargo em comissão, devido o mesmo ser destinado justamente à repressão à corrupção e combate ao crime organizado”, diz a nota.

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