Nova modalidade de crime envolvendo venda de veículos ilegais faz vítimas no TO

Criminosos alugam os veículos em locadoras por um período de 30 dias e não devolvem passando para o nome de um laranja e revendendo por um preço abaixo do mercado

Veículos foram apreendidos no Tocantins
Descrição: Veículos foram apreendidos no Tocantins Crédito: Foto: Divulgação/SSP

Dados da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (Derfrva), obtidos pelo T1 Notícias em entrevista ao delegado Rossílio de Souza, revelam que o número de apreensão de veículos clonados subiu consideravelmente e que as quadrilhas estão procurando atuar em nova modalidade.

 

De acordo com o delegado que atuou frente às apreensões ocorridas na última segunda-feira, 6, em 2014 foram apreendidos apenas 15 carros clonados; em 2015 esse número subiu para uma média de 120 carros e no ano passado foram aprendidos pouco mais de 30 veículos. “Nossa equipe intensificou os trabalhos de repressão a este crime de uma forma mais contundente. Os veículos clonados, vidro, chassi, placa, motor, são difíceis de serem identificados em blitz. Por isso nossa equipe se especializou na identificação e apreensão desses veículos”, explicou Rossílio.

 

Por meio de interceptações telefônicas a Polícia descobriu que os bandidos estão mudando a atuação na venda de veículos ilegais. O delegado explicou que os autores alugam carros de luxo em renomadas locadoras do Distrito Federal por um período de 30 dias usando carteira de habilitação falsificada, transferem para o nome de um “laranja” e trazem para venderem no Tocantins. Os carros eram anunciados em rotatórias no centro de Palmas e em avenidas principais em outros municípios do Estado.  Quando a locadora descobre a fraude o carro já foi vendido e está em posse de terceiros.

 

Só neste mês já foram apreendidos seis veículos de luxo que foram vendidos nessa modalidade, sendo 4 em Palmas e 2 no interior do Estado. Veículos que custam em média R$70 mil eram vendidos a R$55 mil pelo os autores que apresentavam o documento do carro e o “laranja” que era o suposto proprietário que venderia o automóvel.

 

“Descobrimos que eles estão mudando o ramo de atuação por interceptação telefônica. Um dos autores usava três CNH’s falsas com três nomes diferentes para locar os carros e transferi-los para o seu nome e revender no Tocantins. Eles tiram os carros do nome da locadora, transferem para o nome do laranja, conseguindo um DUT original. Usando CNH falsa vai no Detran transfere o carro tudo de forma legal. Dessa forma nós apreendemos 4 carros no Detran tentando fazer a transferência. Essa quadrilha atuam em conjunto nos estados de Tocantins e Goiás”, detalhou o delegado.

 

Precaução

O delegado Rossílio de Souza pontou, na entrevista ao T1, os cuidados que as pessoas devem tomar para não comprarem veículos que possam estar ilegais e acabar ficando no prejuízo. Ele explica que é seguro fazer a cadeia sucessória do veículo. "Se for comprar carro usado procure saber quem foram os dois últimos donos e compradores. Ligue para os vendedores e confira se eles realmente realizaram as vendas. Assim você saberá a procedência do carro e se está sendo vendido de boa fé", relatou. "Além disso, logo após a compra vá ao Detran e transfira o veículo imediatamente. Não pague antes de transferir e faça o recibo com o vendedor junto", acrescentou o delegado.

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