Número de médicos do Tocantins está abaixo da média nacional, aponta estudo

Um terço dos 1.928 médicos do Estado está na Capital e 65% dos profissionais atuam no SUS. Estado tem 1,36 médicos para cada mil habitantes. No interior desigualdade é maior.

 

O número de médicos em atividade em Tocantins chegou a 1.928 em outubro de 2012, segundo revela o estudo lançado nesta segunda-feira (18), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília.

Com taxa de 1,36 profissional por 1.000 habitantes, o Estado se posiciona abaixo da média nacional, ocupando o vigésimo terceiro lugar em números absolutos de médicos registrados em todo o país (388.015) e a décima sexta posição em termos proporcionais. Apesar disso, 35% destes profissionais se concentram na capital e 65,3% deles atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Tocantins, também se destaca a desigualdade percebida entre a capital e os municípios do interior do Estado. Os dados divulgados mostram que 1.182.379 tocantinenses moradores de cidades interioranas são assistidos por 1.249 médicos. Neste conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 1,06. Por outro lado, a capital tem um índice de 2,89 médicos por 1.000 habitantes.

Condições de trabalho

As informações constam do segundo volume da pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida em parceria entre CFM e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

O estudo, que aponta distorções severas na distribuição de médicos pelo país, reforça a preocupação das entidades médicas com as condições para o exercício da medicina, especialmente no interior dos estados.

Para os conselhos de Medicina, o Brasil é um país marcado pela desigualdade no que se refere à concentração de médicos. A população médica brasileira, apesar de apresentar uma curva constante de crescimento, permanece mal distribuída pelo território nacional.

Embora cerca de 48,66 milhões de brasileiros tenham acesso a planos de assistência médico-hospitalar (ANS, 2012), o SUS atende constitucionalmente toda a população, inclusive nas ações de promoção, vigilância, assistência farmacêutica, urgência, emergência e alta complexidade.

Nos dados de médicos do SUS, o estudo Demografia Médica faz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS.

Além disso, a unidade “médico do SUS” é complexa, pois existem diferenciais de especialidade, produtividade, idade, gênero, número de vínculos e carga horária dedicada ao serviço.

Pelos registros do CNES, há razão é de 1,11 médico que atende SUS por 1.000 habitantes, contra uma razão de 2 por 1.000 para o conjunto dos profissionais registrados. “Para um sistema de saúde público e universal, mesmo diante das limitações das bases de dados do CNES, pode-se dizer que é insuficiente a presença de médicos no SUS”, aponta o levantamento.

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