Operação da PF Maranhão cumpre mandado contra médico no Tocantins

Sede da Superintendência da Polícia Federal no Tocantins
Descrição: Sede da Superintendência da Polícia Federal no Tocantins Crédito: Divulgação/PF

A Polícia Federal do Maranhão deflagrou na manhã desta quinta-feira, 18, de forma simultânea, duas fases da Operação Sermão aos Peixes: a Operação Peixe de Tobias (6ª Fase) e a Operação Abscondito II (7ª Fase) e cumpre mandados em Palmas e mais quatro cidades em três estados, além do Distrito Federal.

 

No Tocantins, a PF executou mandado de prisão preventiva contra o médico Plínio Medeiros Filho, que seguiu para a sede da Superintendência da PF no Tocantins para prestar depoimentos.

 

Peixe de Tobias

 

A operação investiga suspeitos de desviarem aproximadamente R$ 2 milhões destinados ao Sistema de Saúde Estadual do Maranhão entre os anos de 2011 e 2013. Segundo a PF do MA, os valores teriam sido desviados para uma empresa sediada na cidade de Imperatriz/MA, tendo ocorrido o pagamento de valores mensais a blogueiros. “A PF apura as circunstâncias do fato”, afirmou.

 

Abscondito II

 

Nas investigações da operação Abscondito II, a PF apura possíveis subornos e vazamentos da primeira fase da Operação Sermão aos Peixes. De acordo com a corporação, “membros da organização criminosa investigada atuaram para cooptar servidores públicos de modo a obter informações privilegiadas sobre a investigação”. Há, inclusive, indicativos de que provras foram e ocultadas e destruídas.

 

A PF salienta ainda o caso de um dos investigados ter possivelmente dilapidado o patrimônio, distribuindo e transferindo bens para terceiros, a fim de impedir que fosse decretada a perda dos bens. Inclusive, foi determinado o bloqueio judicial e sequestro de bens num valor que supera a cifra de R$ 15.000.000,00.

 

Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, dentre outros.

 

Operações
 

Os nomes escolhidos para estas fases são uma referência a trechos do Sermão do Padre Antônio Vieira (1654), que ficou conhecido como o “Sermão aos Peixes”, no qual o Padre utiliza vários peixes como símbolos dos vícios e corrupção da sociedade. O fel do Peixe de Tobias, apesar de amargo, teria a capacidade de curar a cegueira dos ouvintes.

 

No contexto da investigação, o Peixe de Tobias busca revelar (trazer luz sobre) parte da trama delitiva que envolveu o desvio de recursos públicos.

 

Já o nome Abscondito II, continuidade da Operação Abscondito, deflagrada em outubro de 2016, remonta a um trecho do Sermão segundo o qual alguns peixes, quanto maiores, mais se escondem. Trata-se de uma referência aos atos de ocultação de provas e de patrimônio a partir da tentativa de dissimulação e ocultação dos bens adquiridos com valores desviados do sistema de saúde estadual.

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