Operação da PF mira tráfico internacional de droga no TO e mais 7 estados

Segundo apontam as investigações, os traficantes utilizariam pontos de apoio nas cidades de Palmas e Porto Nacional

Segundo a PF, em um ano foram realizados 23 voos transportando 400 kg de cocaína
Descrição: Segundo a PF, em um ano foram realizados 23 voos transportando 400 kg de cocaína Crédito: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 21,  a OPERAÇÃO FLAK, visando desarticular financeiramente organização criminosa especializada no transporte aéreo de grandes quantidades de entorpecentes para o Brasil, Estados Unidos e Europa.Estão sendo cumpridos 54 mandados de prisão e 81 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas, nos estados de Tocantins, Goiás, Paraná, Pará, Roraima, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.

 

Mais de 400 policiais federais dão cumprimento aos mandados. A ação de hoje contou com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás (GRAER/PMGO). Segundo apontam as investigações, os traficantes utilizariam pontos de apoio em quatro cidades do Tocantins. São elas: Palmas, Porto Nacional, Silvanópolis e Ananás. 

 

Foram pedidos ainda pela PF e deferidos pela Justiça Federal o bloqueio de contas bancárias de aproximadamente 100 pessoas e empresas envolvidas, a apreensão de 47 aeronaves, o sequestro de 13 fazendas com mais de 10 mil cabeças de gado bovino e a inclusão de seis pessoas no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol.

 

Conforme a investigação, que teve início há dois anos, no período compreendido entre meados de 2017 e 2018, foram realizados no mínimo 23 voos transportando em média 400 quilos de cocaína cada, totalizando mais de nove toneladas.

 

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.

 

Autorização da Justiça Federal

 

A Justiça Federal autorizou a operação desarticular o suposto esquema criminoso que, apenas em dois anos, teria transportado mais de nove toneladas de cocaína entre países da América do Sul, Estados Unidos, Europa e África.

 

Em trechos da decisão, o Juiz Federal Pedro Felipe de Oliveira Santos, titular da 4ª Vara Federal de Palmas, aponta que as investigações foram realizadas ao longo de dois anos e que a quantidade de drogas transportada, neste período, representa “uma pequena fração” movimentada pelos investigados. “A organização, por meio dos seus líderes, cooptou pilotos, copilotos, ajudantes, mecânicos, empresários, familiares, entre outros sujeitos, para promover o tráfico internacional de entorpecentes”, completa o magistrado, com base nas investigações. Nos dois anos de investigações, foram identificados 23 voos, sendo que cada um transportou cerca de 400 quilos de cocaína. O custo do frete cobrado pela organização investigada girava em torno de 150 mil dólares, de modo que ela teria sugerido no mínimo cerca de R$ 13 milhões.

 

A organização, supostamente liderada por João Soares Rocha, chamou a atenção da Justiça por sua complexidade e detalhada divisão de tarefas. Na decisão judicial, o juiz federal Pedro Felipe de Oliveira Santos afirma que foram colhidas evidências consistentes de que o grupo teria forte atuação no Brasil e no exterior, “com ligações diretas e relações comerciais com agentes produtores e com agentes varejistas que também operam tráfico de drogas na Colômbia, na Venezuela, em Honduras, na Guiana, no Suriname, na União Europeia e na África”.

 

O nome da operação “FLAK” faz alusão a uma expressão utilizada pelos países aliados durante a Segunda Guerra Mundial para se referirem à artilharia antiaérea alemã.

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