PF investiga prejuízos no Igeprev e Eduardo Siqueira Campos é conduzido para depor

A PF deflagrou a Operação “Naum” na manhã de hoje com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que operou um esquema de fraudes em aplicações do Igeprev Tocantins

Deputado estadual Eduardo Siqueira Campos
Descrição: Deputado estadual Eduardo Siqueira Campos Crédito: Dicom/AL

O deputado estadual licenciado Eduardo Siqueira Campos (DEM) foi conduzido à sede da Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 27, para prestar explicações sobre o Instituto de Gestão Previdenciária do Estado (Igeprev). Conforme apurado pelo T1 Notícias, agentes da PF estão no prédio do Igeprev, na Capital, em cumprimento a mandados referentes à Operação Naum. Ao todo, 21 conduções coercitivas estão em execução nesta manhã.

 

A PF deflagrou a Operação “Naum” na manhã de hoje com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que operou um esquema de fraudes em aplicações do Igeprev Tocantins em fundos problemáticos que geraram prejuízos ao Instituto, mediante pagamento de vantagem indevida. Policiais Federais estão cumprindo medidas judiciais nos Estados do Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

 

Conforme a PF, auditorias realizadas pelo Ministério da Previdência Social e Sindicância realizada pelo próprio Igeprev apontam que o Instituto reiteradamente efetuou aplicações em desacordo com os limites e modalidades de aplicação permitidas pela Resolução do CMN, bem como em fundos problemáticos com alto risco de perdas.

 

Foi apurado um prejuízo ao erário já confirmado de R$ 263.648.310,47. Também foram constatadas aplicações no montante de R$ 1.176.842.671,64 em 27 fundos sem liquidez e com possíveis prejuízos.

 

A investigação é um desdobramento da Operação Miquéias da SR/PF/DF. Dentre os profetas menores do velho testamento, Naum vem depois de Miquéias. Assim, o nome da operação foi escolhido para lembrar a relação de sucessão entre as duas investigações.


A PF informou ainda que não será concedida entrevista coletiva, assim como também não serão divulgados detalhes da investigação, já que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região vedou a divulgação de dados incluídos nos autos.

 

Igeprev

Eduardo Siqueira foi presidente do conselho de administração do instituto na última gestão do governo Siqueira Campos. Os investimentos feitos em 2011 e 2012 pelo Igeprev provocaram perdas multimilionárias ao patrimônio do órgão, em aplicações irregulares, em fundo de risco, sem observar as recomendações da legislação por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN). Os prejuízos podem passar de R$ 1 bilhão.

 

Em 2015, o Ministério Público Estadual (MPE) também já havia pedido a inclusão do deputado estadual numa ação que pede a condenação de ex-gestores do Instituto. Foi durante a gestão dele que a superintendência do Instituto, conforme o MPE, resgatou dinheiro de bancos para aplicar em fundos privados.

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