PMs esclarecem versão de incidente e dizem que delegado desobedeceu ordem de parada

Conforme a Turma de Oficiais, “o motorista só parou cerca de 60 metros após os últimos disparos e desceu do veículo, gritando: - sou delegado, o carro não é meu, ele está na minha cautela”

Delegado foi atingido com três tiros
Descrição: Delegado foi atingido com três tiros Crédito: Divulgação

A Turma de Oficiais do Quadro Combatente (Aspirantes 2007) da Polícia Militar emitiu uma nota pública neste domingo, 29, em que repudia as notas publicadas por entidades que representam os policiais civis, e esclarece fatos sobre episódio ocorrido em Guaraí, no sábado, 28, em que um delegado da Polícia Civil foi ferido com 3 tiros durante uma abordagem feita por policias militares do Batalhão de Choque, que estavam em diligência em virtude do roubo a um carro forte em Presidente Kennedy, na tarde da última sexta-feira, 27.

 

O comunicado detalhou ainda que a equipe usava colete balístico com a descrição da PMTO de, forma ostensiva, e que “deu ordem de parada para o motorista que, arrancou com o veículo, desobedecendo a ordem legal, momento em que foram efetuados disparos com o único intuito de cessar a fuga. O motorista só parou cerca de 60 metros após os últimos disparos, momento em que desceu do veículo, gritando que era delegado”, pontuam os militares.

 

Também conforme o comunicado, o Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) é uma unidade de elite da PMTO com jurisdição em todo o Estado, cujas funções são de preservação e restauração da ordem pública, inclusive nos casos de roubo a instituições financeiras no Estado. A equipe do BPCHOQUE estava em diligência na região de Guaraí em virtude do roubo ao carro forte. “As equipes de serviço no local trabalhavam com suspeitas do roubo ter sido cometido por uma quadrilha de roubo a bancos abordada na cidade de Itaporã-TO no mês de janeiro, onde na abordagem foi localizado um veículo SW4, cor branca, placa PSM 3000. Na manhã do dia 28 a equipe do BPCHOQUE foi informada por um chacareiro que no fim da tarde do dia anterior (data do roubo ao Carro Forte), indivíduos em uma SW4 branca de vidros escuros e rodas pretas a qual se deslocava sentido Itaporã, tentaram abordar seu filho que estava em uma caminhonete Ford Ranger, porém o mesmo fugiu com medo de serem os assaltantes”, explicam os militares.

 

Ainda de acordo com a nota, sabendo do ocorrido, as equipes teriam saíram em diligência para a cidade de Itaporã para averiguar o local onde a quadrilha de roubo a banco havia sido abordada em janeiro. “A aproximadamente 20km de Guaraí o veículo SW4, placa PSM 3000, cruzou com a equipe do BPCHOQUE em altíssima velocidade, indo em sentido à BR-153, momento em que a equipe iniciou a tentativa de alcançá-lo, porém só obteve êxito dentro da cidade de Guaraí. A equipe então, a qual usava colete balístico com a descrição da PMTO de forma ostensiva, convicta de serem os assaltantes, deu ordem de parada para o motorista, o qual arrancou com o veículo desobedecendo a ordem legal, momento em que foram efetuados disparos com o único intuito de cessar a fuga. O motorista só parou cerca de 60 metros após os últimos disparos, momento em que desceu do veículo, gritando: - sou delegado, o carro não é meu, ele está na minha cautela”, detalha a nota.

 

A instituição ressaltou ainda que “em momento algum havia sido informado à Polícia Militar de Guaraí que o veículo abordado com assaltantes a Banco havia sido disponibilizado para uso do delegado” e que logo após ser identificado, “a equipe do BPCHOQUE de imediato iniciou o socorro ao delegado, inclusive sendo auxiliada por uma enfermeira que estava próxima ao local. Ao chegar a viatura da cidade, o delegado foi colocado pelos integrantes do BPCHOQUE em seu interior e deslocaram para o hospital em continuidade à prestação de socorro”. A equipe do BPCHOQUE se encontrou com o Comandante do 7º BPM no hospital, e se apresentaram voluntariamente se colocando à disposição da justiça militar, na presença da Corregedoria da Corporação, ocasião em que os militares prestaram depoimento e entregaram suas armas para perícia.

 

Conduta dos policiais envolvidos

 

Sobre a conduta e o preparo dos policiais, que foram questionados por parte da população e de outras forças de segurança, a nota acrescenta que “os policiais militares lotados no Batalhão de Polícia de Choque possuem cursos especializados de altíssimo nível, tendo comportamento excepcional, e possuem uma rotina diária de treinamento, que os capacitam para atuarem nas ocorrências de maior complexidade de forma técnica e profissional. O Capitão PM Cleiber Levy é um oficial de conduta exemplar, respeitado e querido em todas Unidades nas quais já trabalhou, casado, com dois filhos, pastor evangélico, instrutor dos Cursos de ROTAM, GIRO, GOC, e FORÇA TÁTICA, tendo contribuído com a formação de mais de mil policiais militares da PMTO desde seu ingresso na corporação, sendo integrante desta Turma de Oficiais, e admirado por sempre atuar de forma técnica e profissional”, pontua.

 

Prisão preventiva

Os policias tiveram a prisão preventiva decretada, no entanto a turma de aspirantes acredita que a prisão “não preenche os requisitos legais conforme o ordenamento jurídico brasileiro razão pela qual merece ser revista, caso contrário ficará a sensação de que os militares estão presos pelo simples fato de serem POLICIAIS MILITARES, visto que o mesmo tratamento não foi dado em ocorrências ainda mais graves envolvendo outras forças policiais”.

 

Relação harmoniosa

 

Em nota a corporação lamentou o ocorrido e afirmou que acreditam na relação harmoniosa entre as duas instituições. “Lamentamos a fatalidade ocorrida, desejando uma excelente recuperação ao Delegado Marivan Silva Souza, ressaltando a confiança na condução sensata da situação pelo judiciário e pelos comandantes das Instituições envolvidas e acreditando na capacidade de haver uma relação harmoniosa entre a Polícia Militar e Polícia Civil, visto que o conflito entre estas forças em nada contribuem para o bem estar da sociedade tocantinense”, finalizou.

 

Entenda

 

O delegado da Polícia Civil Marivan Souza foi alvejado com três tiros por policiais militares da Companhia Independente de Operações Especiais da Polícia Militar na manhã deste sábado, 28, em Guaraí. Ele foi atingido com dois tiros na cabeça e um no braço. Um dos disparos pegou no rosto e arrancou quase toda a orelha direita, o outro atingiu de raspão a cabeça, mas não atingiu o crânio. Marivan Souza foi socorrido e encaminhado de helicóptero a Palmas e passa bem. Ele é o titular responsável pela Delegacia de Colméia. Os policiais que atiraram estariam em diligência na cidade procurando suspeitos do assalto ao carro-forte.

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