População desocupada cresce 40,4% no Tocantins de maio a setembro, aponta IBGE

Dados são da pesquisa PNAD Covid19, que apontou que a população desocupada passou de 65,3 mil para 91,7 mil

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid19 (PNAD Covid19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na sexta-feira, 23, estima que a população desocupada no Tocantins passou de 80,7 mil para 91,7 mil de agosto para setembro - alta de 13,6% na variação mensal e de 40,4% desde maio (início da pesquisa) que registrava cerca de 65,3 mil pessoas. Já a taxa de desocupação saiu de 12% para 13,5%, aumentando 1,5 ponto percentual.

 

“Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

 

A pesquisa revela que cerca de 588 mil pessoas estavam trabalhando em setembro, no mês anterior eram aproximadamente 591 mil. Porém, cerca de 42 mil estavam afastadas do trabalho, dos quais 19 mil por motivo de doença, licença maternidade, férias, qualificação, entre outros e 23 mil devido ao distanciamento social. Frente a agosto, a queda foi de 38,6%. Estes indicadores vêm apresentando quedas sucessivas desde o início da pandemia, à medida que as restrições de isolamento vão sendo abrandadas.

 

A redução dos afastamentos do trabalho devido à pandemia também pode ser verificada através da queda do percentual de pessoas afastadas por este motivo no total de pessoas ocupadas, que de agosto para setembro passou de 6,3% para 3,9%. Em julho, este percentual era de 9,3%, em junho 12,2% e em maio 15,9%. De acordo com a coordenadora da PNAD Covid19, Maria Lúcia Vieira, essas pessoas podem ter sido demitidas ou retornado ao trabalho.

 

Analisando todos os meses da pesquisa, o número de pessoas inseridas no mercado de trabalho também vem diminuindo no estado: cerca de 611 mil em maio, 605 mil em junho, 603 mil em julho, 591 mil em agosto, chegando a 588 mil em setembro. O nível da ocupação, isto é, o percentual de pessoas ocupadas em relação às que tem idade de trabalhar (14 anos ou mais), passou de 50% em maio, para 49,4% em junho, 49,2% em julho, 48,3% em agosto e no mês passado registrou 47,9%.

 

Já o número de tocantinenses que trabalhavam remotamente se manteve praticamente estável em setembro, segundo a pesquisa. No mês de maio, em torno de 31,4 mil pessoas (6,3% do total de ocupados e não afastados do trabalho) exerciam suas atividades no estilo home office. Em junho, esse contingente subiu para 34,4 mil (6,7%), já em julho caiu para 29,6 mil (5,7%), em agosto chegou novamente a 34 mil (6,4%) e em setembro a cerca de 33,7 mil (6,2%).

 

Rendimento e auxílio

 

Foi verificado que entre os 42 mil trabalhadores tocantinenses que estavam afastados do trabalho, em setembro, aproximadamente 8 mil não receberam remuneração. Esse contingente representava 19% do total de pessoas afastadas do trabalho. Em agosto, esse percentual era de 22%, mas vem caindo consistentemente ao longo da pandemia.

 

No Tocantins, o rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em setembro foi de R$ 1.079, ficando estável em relação a agosto (R$1.078). Já a renda média per capita dos lares onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo relacionado a pandemia (R$ 1.485) era, em média, quase duas vezes superior ao daqueles onde alguém recebia benefício (R$ 781).

 

A proporção de domicílios no estado que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia (como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) passou de 50,2% em maio para 53,8% em junho, caiu para 53% em julho, 52,2% em agosto e chegou a 51,4% dos lares, no mês passado. O valor médio do rendimento proveniente do benefício recebido, vinha aumentando nos últimos meses, mas sofreu leve retração em setembro ficando em R$ 923,00.

 

Os estados das regiões Norte e Nordeste, foram os que apresentaram as maiores proporções de domicílios onde um dos moradores é beneficiário de programa de auxílio emergencial. Da Região Norte, três estados estão entre os cinco primeiros com maior percentual: Amapá (68,4%); Maranhão (63,7%); Pará (63,3%); Alagoas (63,1%) e Amazonas (60,9%). Na sequência os demais estados do Nordeste e Norte, todos com mais da metade dos domicílios recebendo auxílio emergencial, exceto Rondônia, que possui 49,5% dos domicílios recebendo auxílio, enquanto os estados das demais regiões, todos abaixo de 50%. Tocantins ficou em 14º no ranking (51,4%). Rio Grande do Sul (29,3%) e Santa Catarina (24,1%) apresentaram as menores proporções.

 

Informalidade

 

A pesquisa aponta ainda que o número de tocantinenses considerados como trabalhadores informais foi de aproximadamente 240 mil em setembro, equivalente a 40,8% do total de ocupados. A quantidade de informais em relação a agosto e a taxa de informalidade se mantiveram estáveis. As regiões com as maiores taxas de informalidade foram a Norte e a Nordeste: 49,2% e 45,0% respectivamente, em seguida, a região Centro-Oeste figurou com 34,6%, as regiões com as menores taxas foram a Sudeste e a Sul com, respectivamente, 29,6% e 25,0%. Na comparação entre os estados, Tocantins ficou com a 14º menor taxa. Santa Catarina registrou o menor percentual de informais (20,3%) e Maranhão o maior (52,6%).

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