Presidente do Legislativo de Tocantínia poderá perder cargo por Portal desatualizado

Promotor solicita afastamento do vereador para que irregularidades notificadas em 2017 possam ser sanadas por substituto.

"Vereador foi avisado sobre irregularidades, mas nada foi feito", diz MPE
Descrição: "Vereador foi avisado sobre irregularidades, mas nada foi feito", diz MPE Crédito: Divulgação/Prefeitura de Tocantínia

O presidente da Câmara Municipal de Tocantínia, vereador Valcimar Carvalho dos Santos (PR), é alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) em decorrência da desatualização do Portal da Transparência do legislativo municipal. O parlamentar poderá responder por improbidade administrativa por descumprir as leis e decreto federal que obrigam a manter portal da transparência com informações integrais e atualizadas.

 

O promotor de Justiça João Edson de Souza, autor da ação, relata que Valcimar foi notificado sobre as irregularidades ainda em 2017. Na ocasião, o vereador respondeu vagamente que “o portal havia sido adequado”, mas não apresentou nenhuma prova.

 

A pedido do MPE, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) procedeu a fiscalização e constatou uma série de inconsistências graves no portal. O relatório técnico produzido pelo TCE aponta falhas nas informações sobre receitas e despesas que estão desatualizadas; o órgão fiscalizador também percebeu que não é informada a relação de pessoal da Casa Legislativa, não há informações sobre procedimentos licitatórios e não estão publicadas a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). Entre diversas outras irregularidades, também foi constatado que o portal da transparência da Câmara Municipal não oferece plena acessibilidade.

 

O promotor de justiça avalia os fatos como graves, considerando que “o presidente da Câmara Municipal tira do cidadão o direito de acesso à informação e inviabiliza o controle social das contas públicas”.

 

Resistência

 

Diante da relutância de Valcimar Carvalho dos Santos em cumprir a legislação, o promotor pede à Justiça que seja concedida liminar que afaste o presidente do cargo, para que o seu substituto adote as providências e viabilize o acesso do cidadão e dos órgãos de fiscalização às despesas da Câmara Municipal.

 

No mérito da ação, o MPE pede que o gestor seja condenado às penas da Lei de Improbidade Administrativa, que incluem, entre outras, perda da função pública, suspensão de direitos políticos, multa e proibição de contratar com o poder público. Também é requerido o pagamento de indenização a título de danos morais coletivos, por ter sido negado ao cidadão o direito de fiscalizar os recursos públicos.

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