Record começa a veicular material sobre religiões afro; FECCAMTO comemora

Emissora foi condenada por constantes insultadas em seus programas contra religiões de origem africana.

Crédito: Reprodução

Condenada em abril de 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo por veicular agressões a religiões de origem africana, a Record News passa a exibir, a partir de hoje, 10, quatro programas de direito de resposta, com duração de 20 minutos cada. Para a presidente da Federação das Casas de Culto de Matriz Afro-Brasileira do Tocantins (Feccamto), Roberta de Osoguiã- Iya Ifalore (Roberta Tum), a exibição dos programas é uma conquista. 

 

“É uma boa oportunidade para as pessoas conhecerem um pouco mais, desmistificarem seus preconceitos sobre essa religiosidade que tanto tem a ver com a própria formação cultural do brasileiro. É uma mistura de crenças que remete a esse universo especificamente brasileiro.” ressaltou Roberta de Osoguiã.  

 

A presidente da Feccamto esclareceu, também, que mesmo se tratando de religiões de matriz africada, os credos, como o Candomblé e a Umbanda, foram criados no Brasil e só existem aqui. “O brasileiro precisa reconhecer na televisão o que ele vive no dia a dia” disse.  

 

Entenda  

 

A Record News, canal do grupo Record, do bispo da Igreja Universal Edir Macedo, foi acusada de constantes insultadas em seus programas contra religiões de origem africana. Em abril do ano passado, foi condenada pela Justiça do Estado de São Paulo a vincular programas como direito de resposta.  

 

Após acordo, que ocorreu em janeiro deste ano no Tribunal Regional Federal da 3ª Região de SP, a Record News e a TV Record se comprometeram a arcar com todos os custos e a veicular os programas, no canal de notícia, encerrando a ação civil pública aberta em 2004. 

 

Além disso, a emissora, condenada por “intolerância religiosa”, terá que pagar uma indenização de 600 mil reais, metade para o Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e metade para o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert). Pelo acordo, três dos programas serão educativos sobre as religiões afro-brasileiras e um terá conteúdo documental sobre a própria Ação Civil Pública que levou à condenação.

 

Confira o cronogram de exibição:

 

 

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