Semana da Consciência Negra busca respeito e fortalecimento dos povos tradicionais

Evento visa mobilizar sociedade sobre a importância e respeito para com povos que seguem as crenças oriundas do povo africano.

Evento aborda visibilidade, direitos e expressão de fé dos povos tradicionais
Descrição: Evento aborda visibilidade, direitos e expressão de fé dos povos tradicionais Crédito: Divulgação

Começou nesta segunda-feira, 13, a programação da Semana da Consciência Negra com a primeira mostra de cinema africado até o dia 16, no Espaço Cultural.

 

No dia 20 um ato público pelo respeito aos povos tradicionais e cultos de matriz africana será realizado no Parque Cesamar, a partir das 17h. Continuamente, no dia 21 acontece uma roda de conversa "Quem é de Axé diz que é: visibilidade, direitos, expressão de fé dos povos tradicionais", no auditório da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, das 14h às 17h30. Participam da roda Marcos Zimmermann, superintendente do Iphan - TO; professora Mirian Nanjked, que falará sobre Ritos e Oferendas no Candomblé; Pai Luzivaldo, Ilê de Omolù; Pai Gil, da Tenda do Caboclo; e a jornalista e presidente da Federação das Casas de Culto de Matriz Afro Brasileira, Roberta Tum, da Casa Branca da Serra.

 

Respeito e fortalecimento

 

Com o objetivo de fortalecer o povo de Axé, o vice-presidente da Federação das Casas de Culto de Matriz Afro Brasileira (FECCAM-TO), pai Gil, dirigente do Terreiro de Umbanda Tenda do Caboclo, localizado na Quadra 604 sul,  afirmou que a Semana da Consciência Negra é uma excelente “oportunidade de dar visibilidade às nossas escolhas e mostrar que quem é de axé não deve ter vergonha de dizer que é”.

 

Segundo ele, que é um dos organizadores do evento, “há esta necessidade de dar maior visibilidade para esse povo, que apesar de muita participação, acaba se isolando, ficando escondido, por medo de se expor, devido o preconceito e a discriminação. Mas nós queremos nesse evento mostrar que a exposição é o caminho mais certo de mostrar que somos pessoas comuns como qualquer outra. Queremos nos livrar da intolerância, mostrando a importância de sair do anonimato e lutar pelos direitos”, declara o pai Gil.

 

Consciência Negra

 

A presidente da Federação das Casas de Culto de Matriz Afro Brasileira (FECCAM-TO) e também jornalista Roberta Tum, lembra que a data, que já está estabelecida no calendário, é oportuna para chamar atenção sobre a questão do racismo, que se manifesta de diversas formas.

 

Par ela, “não deveria existir um dia da consciência negra, ou traduzindo: um dia para que as pessoas tomem consciência de vários tipos de discriminação a qual os negros, seus descendentes, e tudo aquilo que está ligado à sua expressão de cultura e religiosidade estão submetidos diariamente”, declara. Entretanto, aproveitando a data, a Federação viu a oportunidade de realizar um ato pelo respeito aos povos tradicionais e um pedido de respeito aos cultos de matriz afro-brasileira.
 

A presidente lembra que a discriminação acontece com todos aqueles que sofrem por serem diferentes do padrão branco ocidental. “Nosso ato de segunda no Parque Cesamar é um grande abraço ao parque, um ambiente em que a natureza se faz presente, e onde o palmense está diariamente praticando esporte, ou simplesmente trocando energia com a mata, a água, ao ar livre. Vamos levar nossos tambores, entoar nossos cânticos, e conversar com as pessoas”, declara.

 

Federação

 

“A programação da Semana da Consciência negra: quem é de Axé diz que é”, é uma iniciativa da FECCAMTO - Federação das Casas de Culto de Matriz Afro Brasileira, criada em agosto último ano, e que tem como presidente a jornalista Roberta Tum - Iya Ifalorè Efuntolá Aniserè (Roberta de Osoguiã) e como vice-presidente o Pai Gil, da tenda de Caboclo. A Federação é composta por casas de candomblé, de Terecô e de Tambor de Mina.

 

Confira programação completa

 

Semana da Consciência Negra - Quem é de Axé, diz que é!

De 13 a 16/11 - Primeira Mostra do Cinema Africano - Local: Espaço Cultural Realização: Prefeitura Municipal - Superintendência de Igualdade Racial e Fundação Cultural. Parceria: UFT/Proex, Embaixada Francesa no Brasil e Comunidade Africana de Palmas
 
Dia 20/11 - Ato Público pelo Respeito aos povos tradicionais e cultos de Matriz Africana Local - Parque Cesamar Horário: A partir das 17hs: Programação: Saudações dos Babalorixás e Yalorixás, Tambores, Roda de Capoeira, Apresentação de Sússia, Oficina de Turbantes com o Instituto Crespas e Música ao vivo;

Dia 21/11 - Roda de Conversa - Quem é de Axé diz que é: Visibilidade, Direitos Expressão de Fé dos Povos Tradicionais Local: Auditório da Defensoria Pública Horário: 14hs as 17h30

Palestrantes:

Culto tradicional e a Diáspora: um olhar sobre a fé nos Orixás e sua expansão no Brasil - Bàbálawó Ifayomi Adèlonán Eegunjobi Ayelabola Oso – Iyami
 
Mapeamento das casas de culto de Matriz Africana em Palmas - Marcos Zimmermann - Superintendente do Iphan - TO (Palmas)
 
Ritos e Oferendas no Candomblé - Prof. Mírian Nankedy Tesseroli
 
Tambor de Mina em Palmas - Pai Luzivaldo de Omolu (Ilê de Omolù - Palmas) 
 
Umbanda Sagrada - Pai Gil -  Tenda do Caboclo – Palmas
 
Fortalecimento do Povo de Axé - O papel da Federação - Yá Ifalorè Efuntolá Aniseré - Roberta de Osoguiã - Ilè Asè Funfún Osoguiã -  Casa Branca da Serra

Convidados: 
Defensora Pública e Coordenadora do NUDH: Luciana Costa da Silva
Mãe Iza de Omolú - Ilè Asé Omo Sile 
Pai Edmilson de Logun Edé - Canzuá Nossa Senhora da Conceição
Homenagem: Mãe Iza de Oyá - Yalorixá mais antiga de Palmas
 
Organização:
 
FECCAMTO -  Federação das Casas de Culto de Matriz Afro-Brasileira do Tocantins
 
Apoio:
 
Prefeitura de Palmas - Secretaria de Desenvolvimento Social - Superintendência de Direitos Humanos
Fundação Cultural
Defensoria Pública do Estado do Tocantins
UFT - PROEX
Instituto Crespas
Public
 

 

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