Uma separação litigiosa, que envolve a guarda de uma menor, filha do casal Eid Badr e Fernanda Matos Badr está por trás da denúncia protocolada pelo advogado residente em Manaus, contra o procurador Geral do Estado, André de Matos.
Protocolada junto ao Ministério Público Estadual, a petição assinada por Eid Badr, que é conselheiro federal da OAB pelo estado do Amazonas acusa André Matos da prática de nepotismo sob o argumento de que Fernanda Matos Badr teria sido contratada pela Unitins em 28 de dezembro de 2012, como professora, após deixar Manaus no dia 26 de dezembro.
André Matos já não é reitor da Unitins desde 2010 e o contrato não pode ser efetivado pela ausência da juntada dos documentos originais que comprovam a titularidade de Fernanda Matos, que tem duas especializações e mestrado em direito ambiental.
“Não pude juntar por que tudo que eu tenho, meus documentos, meus pertences ficaram em Manaus quando sai de casa com a roupa do corpo, levando minha filha após anos de sofrer diversas agressões físicas e verbais e por fim ameaça de morte”, relatou a advogada em entrevista ao portal T1 Notícias no final da tarde de quarta-feira, 13. Um Boletim de Ocorrência, registrado sob o n 12.E.0170.0022539, na Delegacia da Mulher em Manaus formalizou denúncia de ameaça.
A família de Fernanda, casada há cinco anos com Eid Badr, tomou conhecimento das agressões e ameaças noticiadas por ela em dezembro último. “Escondi da minha família o quanto eu pude, por vergonha. Mas chegou um ponto que não era só a minha segurança. Pensei também na minha filha”, relata Fernanda, que descreve o marido - do qual está se divorciando sem acordo - como um homem inteligente, bem preparado, mas extremamente desequilibrado quando fica nervoso.
Apoiando a irmã
Ouvido também pelo portal T1 Notícias, André Matos defendeu-se das acusações de que teria praticado nepotismo. “A personalidade jurídica da universidade é diversa. Não contratei a Fernanda. Ela seria contratada pela universidade, caso tivesse os originais dos seus documentos, pelo currículo que tem. O processo de seleção feito na Unitins é a análise do currículo para os professores contratados fora do período de concurso”, explicou.
O ato da nomeação, principal acusação imputada a André Matos, Joaber Macedo e Fernanda Matos Badr na representação protocolada no MPE pelo advogado Eid Badr foi tornada nula em 11 de janeiro último. A advogada não chegou a ser contratada ou exercer funções.
“Eu fiquei revoltado quando soube pelo que a Fernanda estava passando. Dei a ela meu apoio como irmão. Abriguei a ela e a minha sobrinha em minha casa. Quero ver ele vir bater nela aqui, debaixo do meu teto. Formação e competência ela tem para trabalhar em qualquer lugar, como está trabalhando atualmente numa assessoria no Tribunal de Justiça”, explicou o procurador. Em 14 de janeiro, via email, Fernanda Matos pediu desligamento do seu emprego anterior, em Manaus, como professora da Esbam.
Ameaça via SMS
O processo de separação entre Eid Badr e Fernanda Matos Badr corre em segredo de justiça, por envolver a guarda de uma menor. No entanto, uma ata notarial, pública registrada em cartório em Palmas, revela trechos de SMS trocadas entre os dois em que fica claro que a disputa entre o casal poderia chegar ao ponto de ferir os interesses e a imagem dos irmãos de Fernanda.
Num dos trechos do documento, solicitado pelo T1 Notícias junto ao cartório o advogado Eid Badr promete retaliar a esposa, caso ela não aceite os termos do divórcio amigável, que incluiria a retirada das acusações feitas contra ele na Delegacia da Mulher em Manaus. “(..) Se você quer brigar, tudo bem, mas te adianto, vou provocar o MP a te processar por acusação caluniosa. Vou te denunciar por difamação, injúria e calúnia. Vou processar você e seu irmão por subtração de menor. E vou fazer questão de divulgar isso nos jornais de Palmas”.
O teor da representação de Eid Badr contra o procurador geral foi tornado público em matéria jornalística publicada na quarta-feira, 13, pelo portal Conexão Tocantins. Até o final da tarde de ontem a denúncia não havia sido distribuida pela procuradora Geral de Justiça, Vera Nilva,
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