Servidor se retrata após repercussão de comentário considerado homofóbico

Depois de dizer no Facebook que a Parada Gay era o melhor lugar para jogar uma bomba atômica, o servidor público Guilherme Cardoso emitiu uma “Carta de Retração” ao Giama. Entidade avalia se aceita as desculpas.

Comentário foi feito no facebook
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Depois da repercussão de um comentário considerado homofóbico feito na rede social Facebook a respeito da Parada Gay realizada no domingo, 16, em Araguaína, o servidor público da Secretaria de Planejamento do município, Guilherme Cardoso Pinheiro, encaminhou uma “Carta Aberta de Retratação” ao Grupo Ipê Amarelo pela Livre Orientação Sexual (Giama).

 

Na carta, o servidor pede desculpas pelo comentário e afirma que não teve objetivo de pregar o ódio, intolerância, preconceito ou qualquer tipo de violência contra os homossexuais.

 

O comentário rendeu ao servidor a abertura de um processo administrativo que pode levar à sua demissão. O Giama informou que o assessor jurídico da entidade está em Araguaína para fazer atendimento de direitos humanos LGBT e receber denúncias.

 

A entidade informou também que está avaliando junto à comunidade LGBT se aceita ou não o pedido de desculpas do servidor.

 

Carta do Giama

Em outra Carta Aberta, o Giama declarou que as paradas do orgulho LGBT são uma forma de chamar a atenção da sociedade para os problemas de negação de cidadania plena.

 

“Apesar de todo nosso sofrimento, que aos olhos da sociedade, parece falta-de-vergonha, não somos rancorosos. Perdoar Guilherme não é o problema, tem sido difícil é perdoar a sociedade, que quase sempre é dura com a diversidade sexual e identidade de gênero, assim como já foi com as mulheres, os negros, mas temos preferido transformar nossa dor em combustível de luta”, consta em nota.

 

Confira a integra das cartas:

 CARTA ABERTA DO GIAMA SOBRE PUBLICAÇÃO HOMOFÓBICA NO FACEBOOK

A pessoa LGBT, apesar de sofrer desde criança o peso do preconceito e da discriminação, compõe uma comunidade alegre e festiva. As paradas do orgulho LGBT são uma forma de chamar a atenção da sociedade para nossos problemas de negação de cidadania plena e principalmente são uma reação à imposição heteronormativista de que homossexuais devem ter vergonha e se esconderem.


 

Também, apesar de todo nosso sofrimento, que aos olhos da sociedade, parece falta-de-vergonha, não somos rancorosos. Somos diversos, estamos em todos os lugares da sociedade. Somos muitos. Somos médicos, engenheiros, cabeleireiros, faxineiros, pais, mães, filhos, irmãos, temos religiões, ou não, prezamos por um pensamento justo e por isso somos capazes de perdoar.

 

Perdoar Guilherme não é o problema, tem sido difícil é perdoar a sociedade, que quase sempre é dura com a diversidade sexual e identidade de gênero, assim como já foi com as mulheres, os negros, mas temos preferido transformar nossa dor em combustível de luta.

 

E, não recuando dela, mas acreditando que a sociedade possa se educar e que repúdios midiatizados também são pedagógicos, esperamos não haver reincidência e que um dia não precisemos mais fazer paradas gay.

 

 

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