Sindicato repudia extinção de 629 contratos de médicos que atuavam na saúde pública

Sindicato dos Médicos do Tocantins afirma que contratos extintos eram de médicos que atuavam na assistência de urgência e emergência na saúde pública do Estado

Em nota enviada na tarde de ontem, 2, à imprensa, o Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed-TO) repudiou o que chamou de “extinção desordenada” de contratos temporários da área da saúde, incluindo de 629 médicos, em atuação nos hospitais no primeiro dia da gestão de Mauro Carlesse. Em Diário Oficial do dia 1º de janeiro, o governo extinguiu mais de 15 mil contratos com servidores que atuavam na administração estadual, em diversas áreas.

 

“A medida demonstra a irresponsabilidade do governo Carlesse com o atendimento da população, que depende desses médicos que estão na assistência de urgência e emergência. Não poderia haver outro ato de uma gestão que se recusar a realizar concurso para suprir a carência de médicos e segue a prática de contratar e descontratar aleatoriamente para burlar sistematicamente os direitos trabalhistas e lesar mais uma vez o trabalhador da saúde”, informou o Simed-TO por meio da nota.

 

Ainda de acordo com a manifestação do Sindicato, “a negligência com a saúde é tão clara que o governo Mauro Carlesse possuía comissões dedicadas à análise de problemas e apresentar soluções para os recursos humanos e mesmo assim não apresentou nenhum plano para que o atendimento nos hospitais, que depende desses profissionais, não sofresse descontinuidade”.

 

O Simed ainda pontuou que entende que a medida, sob argumento de reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, “deixa os servidores sem vínculos trabalhistas e, portanto, eticamente amparados para não cumprir qualquer carga horária eventualmente já fixada nas atuais escalas”.

 

A entidade cobrou da gestão uma solução imediata para não prejudicar a população tocantinense “que, mais uma vez, é a principal vítima dessa gestão instável e inoperante para encontrar soluções definitivas para uma área tão desgastada e fragilizada”, finalizou o Sindicato. 

 

Entenda

 

Após a demissão de mais de 15.700 servidores contratados e comissionados no Estado, o cenário no maior hospital público estadual é preocupante. Não há pessoal suficiente para dar assistência aos pacientes por falta de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e todas as outras classes de trabalhadores assistenciais que atuam na unidade. Segundo relatou mais de uma fonte ao T1 ontem, o hospital estava sem pessoal de limpeza, lavanderia e copa.

 

Em nota ao T1, a Secretaria da Saúde afirmou ontem que está organizando as escalas dos profissionais para atender a demanda dos atendimentos, inclusive no Hospital Geral de Palmas (HGP). "A Secretaria ressalta que a saúde é um serviço essencial para a população e todos os esforços estão sendo feitos para manter os atendimentos regulares nas unidades hospitalares". 

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